A Justiça manteve a prisão preventiva do ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, que está sob investigação por abuso sexual de pacientes durante consultas médicas. A decisão ocorreu durante audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (08), em Abadiânia.
A partir do relato de quatro vítimas, o juízo criminal da comarca de Abadiânia emitiu um mandado de prisão preventiva durante a manhã. À tarde, então, durante uma nova audiência a decisão foi mantida. Agora, o médico será encaminhado para o Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia.
Na audiência de custódia, o promotor de Justiça Luciano Miranda Meireles opinou em favor da decretação da prisão preventiva e da manutenção da custódia. Além disso, ele destacou que há indícios quanto à materialidade e autoria dos crimes.
Para completar, o Ministério Público de Goiás (MPGO) frisou ser necessária a custódia do médico para manutenção da ordem pública e para a aplicação da lei penal.
Decisão
Em nota ao público o Juiz de Direito Marcos Boechat Lopes Filho, da Comarca de Abadiânia, informou que “o Ministério Público pediu a manutenção da prisão preventiva do investigado, ao tempo em que o advogado de Defesa pleiteou a revogação da medida cautelar extrema”. Além disso, o texto da decisão afirma a juntada de documentos deve ocorrer num prazo de 48h, mantendo-se a prisão preventiva.
Sobre o caso
O ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, é investigado na Operação Sex Fraud por estupro de vulnerável, importunação sexual e violação sexual mediante fraude. Além do inquérito da Delegacia de Polícia (DP) de Abadiânia, ele responde pelo mesmo crime em Anápolis, onde foi detido pela manhã.
Nicodemos foi preso pela polícia, suspeito de abusar sexualmente de várias pacientes, no dia 29 de setembro. Ele foi abordado em um dos consultórios em que atendia em Anápolis. Após o médico ser preso, a Polícia Civil divulgou o nome e a imagem dele a fim de que mais vítimas o denunciasse. E então, no dia seguinte à divulgação, a corporação já havia recebido ligações de mais de 50 mulheres.
A delegada Isabella Joy, responsável pela investigação, disse que 53 mulheres formalizaram denúncias por meio de boletins de ocorrência.
“Temos diversos relatos de vítimas que ele tentou agarrar, beijar, fez que tocassem nos órgãos genitais dele. Vítimas que ele abusou durante o parto, que sofreram depressão pós-parto por causa dele”, descreveu a delegada.
Depois de 3 dias preso, na última segunda-feira (04), o médico conseguiu na Justiça o direito de responder ao processo em liberdade. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica, mas não poderá exercer a profissão e nem sair de Anápolis.