Última atualização 25/10/2021 | 21:11
Menos de um mês depois de ser preso por suspeita de abuso sexual contra pacientes, o ginecologista passa a ser acusado formalmente por crimes sexuais. O Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu duas denúncias contra o médico nesta segunda (25). Ele, que já está preso preventivamente, tem dois mandados de prisão preventiva expedido pelos juízos das comarcas de Anápolis e de Abadiânia.
Ao todo, a denúncia está embasada em seis vítimas – três em Anápolis e três em Abadiânia, mas podem haver outras. No pedido do MPGO, consta que existem outros inquéritos policiais em andamento cujas denúncias serão oferecidas posteriormente. De acordo com os promotores de Justiça, os relatos de mais de 50 vítimas ouvidas em Anápolis guardam grande similaridade entre si e com o de mulheres vítimas em outros Estados.
Nicodemos se valia da autoridade de médico e da relação de confiança que as pacientes lhe depositavam como profissional de saúde para fazer com que as pacientes acreditassem que as ações praticadas por ele estavam corretas.
Ele contava também com a situação das vítimas para a prática de crimes sexuais. De acordo com o Ministério Público, as pacientes apresentavam enfermidades físicas e psicológicas e estavam fragilizadas e vulneráveis, o que as impedia de entender que estavam sendo abusadas.
O modus operandi era sempre o mesmo. Para os promotores, ele encontrou “campo seguro para buscar a constante satisfação de seus intentos, mediante a subjugação da dignidade sexual de mulheres que o procuravam para consultas e exames ginecológicos, perpetuando suas ações no compulsório silêncio das vítimas, ancorado, também, num ambiente fechado, com portas trancadas, no qual ficava a sós com a vítima”.
Relembre o caso
O ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, é investigado na Operação Sex Fraud por estupro de vulnerável, importunação sexual e violação sexual mediante fraude. Nicodemos foi preso pela polícia, suspeito de abusar sexualmente de várias pacientes, no dia 29 de setembro. Ele foi abordado em um dos consultórios em que atendia em Anápolis.
Em entrevista concedida à imprensa, o médico negou que tinha abusado das pacientes e disse que os toques realizados durante a consulta e considerados inapropriados pelas pacientes, faziam parte do atendimento médico.