Invasão do iFood: Hacker é funcionário empresa e Abrasel pede ressarcimento

O iFood confirmou que a invasão à plataforma foi feita por um funcionário de empresa terceirizada. O homem acessou o sistema na noite de terça (02) e trocou os nomes de alguns restaurantes substituindo por críticas políticas à esquerda, à vacinação e a favor do presidente Jair Bolsonaro. Após a identificação das alterações, o aplicativo de delivery reverteu a mudança. A informação foi publicada no perfil do instagram.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se manifestou sobre o ocorrido. Eles pedem ressarcimento financeiro para os negócios afetados e frisam a fragilidade em relação à segurança da informação. Cerca de 6% dos restaurantes cadastrados sofreram o ataque virtual, de acordo com nota na publicada pela assessoria do iFood.

O aplicativo afirma ter agido imediatamente e descarta vazamento de dados pessoais e de cartões de crédito. Além disso, nega ataque cibernético porque consideram ter sido um ajuste indevido por um operador de atendimento terceirizado. Entre os nomes criados pelo hacker estão “Petista Cominista”, “Vacina mata”, “Mariele Franco Peneira”, “Lula Ladrão”, “Bolsonaro 2022”.

Hacker que invadiu sistema, alterou nome das empresas / foto: reprodução

Confira a nota do iFood na íntegra:

Na noite de hoje, 2 de novembro, identificamos que alguns estabelecimentos cadastrados na plataforma tiveram seus nomes alterados. Essa situação ocorreu com aproximadamente 6% dos estabelecimentos da plataforma. Tomamos as medidas imediatas e necessárias para sanar o problema e proteger os dados de restaurantes, consumidores e entregadores.

Não encontramos qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais cadastrados na plataforma, tampouco de dados de cartão de crédito. O incidente foi causado por meio da conta de um funcionário de uma empresa prestadora de serviço de atendimento que tinha permissão para ajustar informações cadastrais dos restaurantes na plataforma, e que o fez de forma indevida. O acesso da prestadora de serviço foi imediatamente interrompido, e os nomes dos restaurantes já estão sendo restabelecidos.

É importante destacar que os meios de pagamento dos clientes estão seguros. Os dados nos meios de pagamento não são armazenados nos bancos de dados do iFood, ficando gravados apenas nos dispositivos dos próprios usuários, não tendo havido comprometimento de dados de cartões de crédito. Também não há qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais de clientes ou entregadores cadastrados na plataforma.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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