Secretário solicita à PF que se responsabilize por empréstimo de tornozeleira a Rocha Loures

O Secretário Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), Ricardo Balestreri, encaminhou ofício, nesta quarta-feira (12), reafirmando que a pasta cedeu a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-deputado Rocha Loures em respeito à solidariedade federativa. No documento, o representante da segurança pública em Goiás solicitou que aS instituições federais se responsabilizem pelo empréstimo do equipamento.

Segundo ele, cabe aos órgãos da União se posicionarem em relação à recomendação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que pediu a devolução do equipamento. Além do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, o ofício também foi encaminhado ao diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

No documento, Balestreri pede que aos órgãos federais que assumam o protagonismo da ação e façam a reapreciação do mérito do caso. Ele solicitou, ainda, a manifestação sobre se permanece como emergencial e conveniente o uso do equipamento cedido.

Busca e apreensão

O promotor de Justiça Fernando Krebs protocolou, nesta quinta-feira (13), ação de busca e apreensão da tornozeleira. O pedido foi feito depois que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) instaurou inquérito para apurar se o político foi privilegiado ao receber o equipamento em Goiânia.

A tornozeleira eletrônica usada por Loures foi cedida pela Secretaria no último dia 1º de julho. O ex-deputado estava preso desde o dia 3 de junho, quando foi flagrado pela PF recebendo uma mala, em São Paulo, com R$ 500 mil que, segundo delatores da JBS, eram dinheiro de propina.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin mandou soltá-lo, mediante o monitoramento, mas a Polícia Federal disse não ter o dispositivo disponível. Por isso, o equipamento foi cedido por Goiás.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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