Ao menos 17 cidades goianas decretaram situação de emergência por conta das chuvas

Assim como outros estados, Goiás tem enfrentado problemas com a grande quantidade de chuvas que tem atingido a região centro-oeste. Hoje, o estado possui ao menos 17 municípios em situação de emergência por conta das tempestades torrenciais que já duram mais de duas semanas. Segundo o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, as estão perdendo a força e devem durar por mais três dias.

Cidades como Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul, Teresina de Goiás, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Campos Belos, Divinópolis de Goiás, São Domingos, Iaciara, Formoso, Niquelândia, São João d’Aliança., Guarani de Goiás, Flores de Goiás e mais recentemente, Nova Roma são alguns dos municípios que decretaram situação de emergência por conta dos estragos provocados pelas chuvas.

“As chuvas vão reduzir por conta de um boqueio atmosférico e nos próximos dias vamos ter um tempo mais instável. Hoje, por exemplo, teve um sol em Goiânia e deve ser assim em todo o estado a partir de sábado. Se chover vai ser algumas pancadas isoladas com pouca força. Agora vamos ter um alivio”, explicou André.

Pirenópolis foi um dos municípios que mais sofreram com alagamentos / Foto: Reprodução

Preocupação

Devido aos mais de 15 dias de chuvas, o volume de água de rios como os da Chapada dos Veadeiros, um dos locais mais prejudicados pelos temporais, tem aumentado com rapidez. O volume da água tem forçado as prefeituras de cidades turísticas como Pirenópolis e Corumbá de Goiás, a recomendaram o fechamento das cachoeiras, uma das principais atrações das regiões. Em Pirenópolis, o nível da água do Rio das Almas, que passa pelo centro histórico da cidade, aumentou drasticamente e transbordou causando inundações no município.

A visitação de banhistas na cachoeira Salto de Corumbá, em Corumbá de Goiás, também foi proibida após chuvas intensas aumentarem o nível da água no último domingo (09). O volume de água na principal cachoeira do parque ficou cerca de 10 vezes acima do normal, segundo a direção do local. Ainda de acordo com o gerente da Cimehgo, um alerta foi emitido para os dois municípios sobre chuvas volumosas, que podem vir acompanhadas de rajadas de ventos e raios.

“O volume das águas vão demorar um pouco para abaixarem. Não é só porque apareceu o sol que o nível da água voltará ao normal. A falta da chuva irá forçar que as águas abaixem, já que não vai ter chuvas intensas para alimentar o grande volume de água concentrado”, explicou André.

Salto de Corumbá antes e depois da chuva / Foto: Reprodução

Monitoramento

A capital também tem sofrido com as chuvas e tem sido fiscalizada por equipes da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia (GCM). Nesta semana, por exemplo, a guarda realizou diligências no Rio Meia Ponte para monitorar o volume da água. Já em Inhumas, o rio chegou a transbordar e o Corpo de Bombeiros foi acionado para resgatar idosos que ficaram ilhados.

Desde segunda-feira (10), o governo de Goiás também vem monitorando a situação da barragem no município de Flores de Goiás. As equipes tem buscado garantir a segurança dos moradores da cidade supervisionando alagamentos, como o encontrado em uma afluente do Rio Paranã, entre os municípios de Flores de Goiás e Formoso.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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