Vinte anos após o fim do mando para o qual foi reeleito, Fernando Henrique Cardoso (FHC) se mantém atuante na política, mesmo sem ocupar nenhum cargo oficial. Ele vem acompanhando o desempenho de Jair Bolsonaro no Executivo e aguarda ansiosamente pelo fim do mandato do atual chefe do Executivo federal.
Em entrevista à revista Cebri, ele afirmou que os últimos quatro anos de governo trouxeram muitos desgastes para as relações internacionais do País. “Espero que termine esse governo Bolsonaro o quanto antes, antes que o estrago seja muito grande. A volta não é difícil”, observou. Na opinião de FHC, o protagonismo brasileiro na América Latina e o histórico diplomático podem favorecer um retorno triunfal nas negociações com outros países.
“É fácil voltar porque um país como o Brasil tem um peso específico e colocando seu peso a favor da integração, ou melhor, do diálogo com esses vários países (vizinhos), sua voz será mais forte. Será mais ouvida. Ouvida por quem? Pela Europa, pelos EUA, pelo Japão, pela China, os que realmente têm poder no mundo. Se nós falamos por um conjunto, temos muito mais poder do que falando sozinhos. Eu acho que é uma lógica caipira: ‘vamos nos isolar porque é melhor e estamos vivendo entre nós’”, completou.
Ameaça
Em julho do ano passado, o criador do Plano Real comentou em uma entrevista ao programa Provoca, da TV Cultura, uma fala de Bolsonaro, quando ele ainda era parlamentar, em 1999. À época, o atual presidente afirmou que o Brasil melhoraria com a morte de algumas pessoas de que ele mesmo seria o autor, como a de FHC. O tucano afirmou que se tratava de uma tolice. “Bolsonaro, nem sei, ele fala tanta bobagem, foi uma a mais, né?”, disse.