MP pode abrir investigação própria para caso de chacina em Cavalcante

Uma semana após a chacina em Cavalcante, no interior de Goiás, o caso ganha mais um capítulo. A morte de quatro suspeitos de tráfico de drogas por policiais militares terá investigações acompanhadas de perto pelo Ministério Público estadual (MPGO).

A apuração da Polícia Civil segue em andamento, inclusive com perícia já realizada no local onde ocorreu um suposto confronto no qual os militares atiraram 60 vezes com fuzis e pistolas para revidar tiros do grupo. O trabalho foi endossado por meio de um ofício do MP pedindo esclarecimentos das circunstâncias.

Embora o inquérito policial tenha sido aberto e esteja sendo assistido pelos promotores, o MP informa que não descarta a possibilidade de instauração de instrumento investigatório próprio, se assim julgar conveniente. Dessa forma, um outro procedimento investigatório criminal (PIC) pode ser aberto para investigar, denunciar, processar e pedir a condenação de alguém à parte da instrução da Polícia Civil.

A instituição solicitou apoio do próprio Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial. O objetivo é apurar a responsabilização em casos de eventuais abusos e de indução de práticas e iniciativas que materializem uma política criminal de Estado que possa ferir os direitos humanos.

Na segunda (24), a Polícia Militar afastou das atividades operacionais os policias envolvidos na ação e abriu um Inquérito Policial Militar. Eles estão lotados em Niquelândia e, por isso, a 1ª Promotoria de Justiça instaurou procedimento administrativo para acompanhar o andamento da investigação.

Relembre

Atendendo a uma denúncia anônima de plantação de maconha, policiais militares se dirigiram a um lugar de difícil acesso em Cavalcante em 20 de janeiro. Eles afirmam que foram recebidos no local com tiros e revidaram, o que matou quatro dos sete suspeitos enquanto três teriam fugido.

Os pés de maconha foram encontrados e incinerados após a ação policial, o que contraria a legislação e foi considerado estranho pelos investigadores. De acordo com o delegado do caso, Alex Rodrigues, apenas ele tem a competência legal para o ato e a situação encontrada não é rotina nem praxe. “A droga foi incinerada antes da minha chegada. Isso vai ser apurado o motivo”, ressalta.

Repúdio

Os mortos eram Salviano Souza, de 63 anos, Ozanir Batista, de 47 anos, Antônio da Cunha, 35 anos, e Alan Pereira, de 27 anos. Nenhum deles tinha passagem pela polícia. A população local contraria a versão dos militares ao defender no enterro dos suspeitos que os homens não tinham armas de fogo e pediram justiça.

Uma nota de repúdio foi publicada nesta semana com a assinatura de mais de 134 organizações da sociedade civil condenando e acusando os militares de crimes como violação de domicílio, ausência de mandado judicial e extrapolação de competência.

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Funcionário furta R$ 1,5 milhão de banco no ES e tenta fugir para o Uruguai

Um funcionário do Banco do Brasil no Espírito Santo foi flagrado pelas câmeras de segurança furtando R$ 1,5 milhão da tesouraria da agência Estilo, localizada na Praia do Canto, em Vitória. O crime ocorreu no dia 14 de novembro, quando Eduardo Barbosa Oliveira, concursado há 12 anos, deixou o local carregando o dinheiro em uma caixa de papelão por volta das 17h.

De acordo com a Polícia Civil, o furto foi planejado por Eduardo e sua esposa, Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos. A dupla chegou a alterar a senha do cofre, adquiriu um carro para a fuga e embalou objetos pessoais, sugerindo uma mudança iminente.

Após o crime, os dois tentaram fugir percorrendo mais de 2.200 quilômetros até Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, com o objetivo de cruzar a fronteira com o Uruguai. Contudo, foram presos no dia 18 de novembro graças à colaboração entre a polícia e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Compra do carro com dinheiro furtado

Durante as investigações, a polícia descobriu que Paloma esteve na agência no dia do furto para depositar R$ 74 mil, parte do valor roubado, e utilizou esse dinheiro para comprar o veículo usado na fuga. Com as informações obtidas na concessionária, as autoridades identificaram o carro e conseguiram localizar o casal, prendendo-os no mesmo dia.

O caso foi denunciado pelo próprio Banco do Brasil após perceber a ausência do montante em seus cofres.

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