Entenda os impactos da greve e o caos no INSS

Segurados e servidores têm motivos diferentes, mas reclamam do mesmo alvo: o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A autarquia lida há anos com problemas que culminaram em uma paralisação dos funcionários na última terça (08) e enfrenta uma ameaça de greve geral com efeitos dramáticos para os atuais e possíveis novos beneficiários. O maior problema tem sido a realização de perícias.

O serviço é essencial para a manutenção e concessão de aposentadoria por invalidez, auxílio doença e Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência. A fila de espera e condição socioeconômica de quem pleiteia esses auxílios exige a avaliação no menor tempo possível. Apesar disso, marcar uma perícia está levando quase 200 longos dias, ou seja, quase sete meses.

“A necessidade é extrema e urgente para alguns. Por mais que haja garantias a serem usufruídas no futuro não é o suficiente. São pessoas necessitadas, doentes, que precisam de remédios e não podem trabalhar até porque isso retiraria delas o direito ao benefício”, pontua a presidente da Comissão Previdenciária e Securitário da Subseção de Aparecida de Goiânia da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Fernanda França.

De acordo com ela, a paralisação dos peritos nesta semana chegou a ser discutida pelo Superior Tribunal de Justiça, que a suspendeu por considerar os prejuízos aos segurados. A especialista ressalta os entraves procedimentais para legitimidade da greve, como prazo curto entre a comunicação aos órgãos competentes, redução de chances de diálogo ou negociação com a Administração Pública e a falta de um número mínimo de servidores para a manutenção das perícias foi outro aspecto destacado.

“O prejuízo é mais em relação à dúvida sobre a concessão do benefício, ou seja, a pessoa fica na expectativa, com o tempo passando e sem receber o benefício porque não têm amparo retroativo de recebimento do que era de direito e terá de pleitear judicialmente. O segurado recebe a partir da data da entrada do pedido do benefício. Se deu entrada em dezembro e a perícia foi suspensa por três meses, por exemplo, mas ela foi marcada e realizada, o resultado é de dezembro até o dia da emissão do laudo pericial”, explica a especialista.

Especificamente nos casos de quem tinha perícia agendada para o dia da paralisação, a autarquia remarca a avaliação médica automaticamente. A consulta da nova data ocorre por meio do site Meu INSS ou da Central 135.

Condições de trabalho

No outro lado da moeda está a categoria dos médicos peritos. Eles apresentam 18 reivindicações entre elas a limitação da quantidade de atendimentos diários e reajuste salarial. Os profissionais reclamam do excesso de demanda, sobrecarga de trabalho e dificuldade de eles mesmos se aposentarem, principalmente com a suspensão das contratações terceirizadas temporárias para esse tipo de serviço.

A pandemia e as mudanças nas regras de aposentadoria estendeu a fila de atendimento, que passou a incluir pessoas com sequelas da covid e impossibilitadas de retornar ao trabalho e pedidos de pensões por morte, embora esses não dependam de perícia, mas sobrecarrega todo o sistema e os servidores. O déficit no quadro de funcionários surge como outro agravante.

O grupo manifestante pede concurso público com três mil vagas para o cargo de perito, embora a última solicitação do INSS ao Ministério da Economia conste apenas 7.575 vagas em todo o país, sendo 6.004 para técnico do seguro social e 1.571 para analista. Essa paralisação foi a segunda do ano, que ganhou o pontapé inicial em 31 de janeiro e comprometeu 25 mil atendimentos.

Conforme informado pela assessoria de imprensa do INSS, o ano começou com mais de 1,8 milhão requerimentos em análise. A autarquia recebe mensalmente 800 mil novas solicitações entre perícias, agendamentos e outros serviços. Na fila de perícias havia 457.805 pedidos de benefícios, segundo a Secretaria de Perícia Médica Federal.

Reavaliação pericial gratuita

Uma novidade relacionada ao segurado que passa por perícias é que o governo Executivo federal voltou a custear esse serviço nas ações judiciais que questionam os laudos médicos emitidos pelo INSS.

“Se a pessoa passa pelo INSS e tem o requerimento negado, entramos com uma ação judicial para reanálise médica dos peritos da Justiça Federal. Elas haviam sido suspensas e os clientes estavam arcando com os custos entre R$280 e R$430, dependendo do benefício e da especialidade médica. Agora, as pessoas que passaram pelo INSS e não conseguiram um suporte e tiveram que recorrer à Justiça estão contempladas porque terão as perícias realizadas gratuitamente”, detalha a advogada Fernanda França.

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Black Friday 2024: Dicas e precauções para compras seguras e econômicas

A Black Friday, um dos maiores eventos do calendário varejista, ocorrerá no dia 29 de novembro de 2024, mas as promoções já começaram a ser realizadas ao longo do mês. Em Goiânia, um levantamento da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) indica que este período deve movimentar R$ 250 milhões, com 64% dos entrevistados planejando aproveitar as ofertas.
 
Para evitar a prática conhecida como metade do dobro, quando comerciantes elevam consideravelmente os preços dos produtos antes da data e depois reduzem os valores, ludibriando a população, o Procon Goiás realiza um trabalho prévio de monitoramento de preços. A Lei Estadual 19.607/2017 também obriga os fornecedores a informar o histórico dos preços dos últimos 12 meses. De acordo com o superintendente do órgão, Marco Palmerston, “para evitar as falsas promoções, é preciso se programar com antecedência e pesquisar os preços”.
 
Uma dica valiosa é fazer uma lista do que realmente se pretende comprar e estipular um orçamento. Entrar em uma loja ou site durante a Black Friday é um apelo ao consumo, por isso é crucial ter cuidado. Além disso, é permitido que estabelecimentos pratiquem preços diferentes entre lojas físicas e online, justificada pelos custos operacionais distintos, como aluguel e salários, que impactam os preços nas lojas convencionais. No entanto, a transparência é essencial, e as informações sobre preços devem ser claras e acessíveis ao consumidor.
 
Durante a Black Friday, o volume de compras feitas pela internet aumenta significativamente. Por isso, é importante ter atenção redobrada. Sempre verifique a autenticidade da loja antes de inserir dados pessoais ou financeiros. Um dos primeiros passos é conferir se o site possui o ícone de cadeado ao lado da URL e o prefixo https, que garantem uma conexão segura. Outra orientação é checar a reputação da loja em sites como o Reclame Aqui ou em grupos de consumidores em redes sociais, onde os clientes costumam compartilhar experiências de compra.
 
Ao optar pelo PIX, confira os dados do destinatário e se a negociação envolve um CNPJ. O Código de Defesa do Consumidor garante ao comprador o direito de devolução por arrependimento em até 7 dias para compras online. No caso de produtos com defeito, estabelece prazos para reclamações: 30 dias para produtos ou serviços não duráveis e 90 dias para os duráveis, contados a partir da entrega ou conclusão do serviço. Além disso, evite clicar em anúncios enviados por e-mail ou mensagens de redes sociais que pareçam suspeitos, e sempre acesse os sites digitando o endereço diretamente no navegador, ao invés de seguir links desconhecidos.

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