Em meio ao conflito entre Ucrânia e Rússia, a China aproveita para reforçar a rivalidade com os Estados Unidos. O compartilhamento de uma publicação no Twitter neste sábado (26) por diplomatas chineses reacendeu o discurso ideológico das duas maiores potências mundiais. O conteúdo de uma lista de países bombardeados pelo norte-americanos desde o fim da Segunda Guerra Mundial aparece com uma mensagem de alerta.
“Nunca esqueça quem é a verdadeira ameaça para o mundo”, republicaram diplomatas chineses uma imagem postada originalmente pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, um dia antes do início dos ataques russo em solo ucraniano. Os chineses ressaltaram que 81% do total de conflitos armados entre 1945 e 2011 foram iniciados pelos Estados Unidos.
O país oriental vem apoiando Putin na incursão militar e alegando que os Estados Unidos vêm pondo em risco a soberania e democracia russas, especialmente com a imposição de sanções econômicas.A imagem com os 26 países que já foram alvo dos norte-americanos chama atenção com a observação de que eles concentram um terço da população mundial.
Guatemala e Iraque aparecem três vezes enquanto Líbia, Iêmen, Somália e Afeganistão por duas vezes. Foram alvos uma vez China, Coreia do Norte, Indonésia, Cuba, Congo, Laos, Vietnã, Camboja, Grenada, Líbano, El Salvador, Nicarágua, Irã, Panamá, Kuwait, Bósnia, Sudão, Iugoslávia, Paquistão e Síria.
Sanções econômicas
Na quarta (23), o jornal South China Morning Post divulgou que a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, afirmou que “as sanções nunca são uma maneira fundamental e eficaz de resolver o problema, e a China sempre se opõe a quaisquer sanções unilaterais ilegais”. Ela também disse que o governo norte-americano está “aumentando as tensões, criando pânico e até aumentando o cronograma da guerra”.
A crítica do governo chinês é em relação ao bloqueio total contra duas grandes entidades financeiras russas e sanções contra as chamadas “elites conectadas ao Kremlin” por parte dos Estados Unidos, sanções econômicas tomadas pela União Europeia, Reino Unido e Japão, além da suspensão da aprovação de um gasoduto da Alemanha em parceria com a Rússia.
Ciente dos reflexos dessas medidas, o presidente russo Vladimir Putin pediu que a população se prepare para mudanças nos próximos dias. A declaração ocorreu logo após o início da invasão à Ucrânia, na última quinta (24).