“Mamãe Falei” pode perder mandato após divulgar áudio machista sobre ucranianas

O conteúdo machista de áudios enviados pelo deputado estadual Arthur do Val (Podemos), conhecido como “Mamãe Falei”, para membros do  Movimento Brasil Livre (MBL)  tem causado repercussão bastante negativa. Ele afirmou por meio de mensagem que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”.

O político fez o comentário durante viagem ao país alvo da Rússia na guerra onde acompanhou a invasão militar e teria levado recursos para ajudar refugiados. O parlamentar desembarcou no Brasil neste sábado pela manhã e afirmou à imprensa ainda no aeroporto de São Paulo que errou. “Falei besteira. Falei. Sou homem pra assumir”, reconheceu.

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) anunciou que investigará o caso. O pedido veio da Central Ucraniana-Brasileira, que enviou um ofício ao presidente da Casa solicitando a cassação do deputado estadual. Uma representação contra Arthur foi aberta no Conselho de Ética da Alesp e a presidente do Podemos, Renata Abreu, lamentou a situação e afirmou que abrirá um processo disciplinar interno contra Arthur.

Em pouco mais de três minutos de áudio, ele diz que as mulheres locais são “deusas” e afirma que, diferente das paulistanas, elas são simpáticas quando recebem cantadas. A cortesia de uma recepcionista do hotel onde ele ficou, inclusive, foi considerada flerte por ele.

“Detalhe: elas olham. Elas olham e eu vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres. Minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Depois eu conto a história. Eu não peguei ninguém, mas colei em ‘duas minas’, porque a gente não tinha tempo, e é inacreditável a facilidade”, completou.

Escute o áudio completo abaixo:

 

Segundo o político, uma das explicações seria o fato de serem gold diggers, ou seja, interessadas em “dar o golpe do baú”. Arthur ainda afirma que seguirá o exemplo de um amigo que faz o chamado Tour de Blonde em que o homem viaja para se relacionar com mulheres loiras. “Assim que essa guerra passar eu vou voltar pra cá”, diz.

Arthur é membro do Podemos, partido do pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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