Toda mulher sente enjoo, sono ou atraso na menstruação, certo? Na verdade, não. A falta de atenção ou questões emocionais podem mascarar os sinais da chegada de um bebê. Além disso, características do corpo da mulher tendem a esconder a condição. Pela internet, muitas meninas afirmam terem passado pela situação, considerada muito rara.
De acordo com a ginecologista e mastologista, Mariana Lobo, é impossível a mulher não apresentar nenhum sintoma. Ela explica que o corpo passa por muitas e diferentes alterações específicas que não poderiam ser confundidas facilmente. Na opinião da médica, o problema seria de ordem emocional.
“Algumas são mais sintomáticas em relação à náusea, vômito, constipação intestinal e aumento das mamas. Quem tem mais consciência corporal tende a ser mais atenta a isso. Tem ainda as mexidas do bebê e um ganho de peso por causa da criança, dor no quadril e na região lombar. São muitas mudanças para chamar uma gravidez de silenciosa”, diz.
Ela mesma já atendeu uma paciente que alegava não saber da gestação. A mulher estava em trabalho de parto, teve os batimentos do coração do bebê mostrados em um exame e ainda assim insistia que não estava grávida. A especialista acredita que essa situação está ligada à negação da mulher em aceitar a condição e tentar esconder a realidade dela mesma.
“Pesquisas apontam que até 20 semanas de gravidez, uma em cada 475 mulheres podem não reconhecer essa condição e na segunda metade da gestação, uma em cada 2.455 mulheres. Na maioria das vezes, um ou outro sintoma será apresentado pela paciente. Para algumas, pode passar despercebido por ela ser muito magrinha e o útero crescer muito pouco ou sendo obesa e não notar o crescimento da barriga, por exemplo”, frisa.
Um outro mito que tende a aparentar que a gravidez não existe é a ocorrência de menstruação. Mariana esclarece que a situação é um tipo de sangramento desvinculado do ciclo menstrual. De acordo com ela, os episódios são em pequenas quantidades e durante alguns dias, por isso a semelhança com período irregulares.
O assunto chamou atenção nesta semana após a divulgação do caso de uma paciente que procurou uma unidade de saúde no Distrito Federal reclamando de dores. Casada e mãe de uma criança de quatros anos de idade, ela não sabia que estava grávida e não associou os sintomas a contrações de um parto.