O consumidor pode enfrentar mais um reajuste dos combustíveis em breve devido à queda na produção de cana-de-açúcar em todo o País. Embora Goiás tenha a situação menos desconfortável, comparando com outros estados, o impacto já começa a se refletir nas bombas dos postos de combustível nos preços de etanol. A gasolina, que recebe adição de 27% do líquido, também pode ficar mais cara.
Nas usinas, o litro do etanol hidratado aumentou duas vezes neste mês. No dia 6, o preço era R$ 2,8258, em 13 de maio foi para R$ 2,9238 e na semana passada chegou a R$ 2,9406. Os aumentos não são considerados altos pelo presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás(Sifaeg), André Rocha. Para ele, o combustível passava por uma sequência de queda nos últimos 30 dias.
“É uma questão de oferta e demanda. Entre novembro e fevereiro, na entressafra, o preço caiu R$1 na usina. Naquela época houve redução de oferta e de demanda. Começamos a safra em abril, já em atraso. A cana não está bem desenvolvida por causa de geadas, seca e incêndios no ano passado. Estamos falando de mais de 20 milhões de toneladas a menos”, explica.
Ele não garante o equilíbrio necessário para atender a necessidade dos consumidores nem descarta aumento dos preços. André lembra que a produção faz parte da primeira etapa da cadeia do etanol. As etapas incluem a distribuição e a chegada aos postos, que embutem cargas tributárias e a margem de lucro na formação do valor cobrado ao motorista.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto), Márcio Andrade, ressalta que o aumento observado em alguns postos são reflexo do reajuste no início do processo produtivo. “Algumas distribuidoras têm repassado para os postos, que repassam ao consumidor. A expectativa era de que o preço caísse porque estamos na safra, mas, para nossa surpresa, subiu nas últimas semanas. Quando o preço do etanol começa a cair, o consumidor opta por ele, e isso aumenta a demanda”, diz.