Três dias depois de dar entrada no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), a comerciante Andressa Soalia Pereira Viana, de 32 anos, ainda aguarda para realizar uma cirurgia na mão esquerda, onde sofreu uma fratura após ser atropelada na última terça-feira (27), enquanto vendia pamonhas em uma tenda da Avenida Republica do Líbano, no Conjunto Vera Cruz 2, em Goiânia.
Além das fraturas, a mulher atropelada teve os dentes quebrados e ferimentos por todo corpo. Já o condutor do veículo, Gustavo Henrique Arcanjo Pereira, de 27 anos, foi liberado no mesmo dia do acidente depois de pagar fiança. Segundo testemunhas, Gustavo estava embriagado e chegou até mesmo a se livrar de algumas latas de cerveja que estavam dentro do veículo. Ele chegou a ser preso após se recusar a fazer o teste do bafômetro, mas acabou sendo liberado horas depois. Indignada, Andressa conta que não recebeu auxílio do motorista até o momento e que se sente injustiçada pelo condutor não ter sido punido.
“É muito ruim saber que a Justiça não está do meu lado, que soltou um irresponsável igual a ele. Minha revolta maior é essa, saber que ele já foi solto. Isso é uma revolta muito grande para uma mãe de família que estava trabalhando e agora está passando por tudo isso, sendo que o motorista está solto nas ruas. Ainda estou aqui, internada no hospital e aguardando a vaga. É muito demorado, cansativo”, disse.
A mulher diz não se lembrar de como foi o acidente, apenas de estar na sua barraca e ver o caso indo em sua direção fazendo “zigue-zague”. Ela conta que até tentou correr para sair do “rumo” do veículo, mas que não conseguiu se esquivar a tempo.
“Estava trabalhando nas proximidades do posto do Vera Cruz, quando avistei o carro desgovernado. Até tentei correr, mas não consegui. Dali em diante eu não lembro de mais nada. Ainda estou sentindo muita dor, levei dois cortes na testa. Graças a Deus não quebrei mais nada, apenas surgiram hematomas. Porém, estou conseguindo me recuperar”, explicou.
Relatos
A ufóloga, Glécia Kelly de Oliveira, estava em bar em frente onde aconteceu o acidente e presenciou toda a ação. Ela conta que Paulo estava em alta velocidade, chegando até mesmo a passar por cima de uma ilha, além de quase atingir algumas casas.
Depois do acidente, o motorista tentou fugir do local sem prestar socorro à vítima, mas foi impedido por populares que estavam no local, conforme Glécia, que ainda afirmou que o condutor estava visivelmente bêbado e que só parou o carro após atingir um poste e outro veículo.
“O carro atingiu a moça e cheio no momento em que ela começou a correr. Antes de atingir ela, ele subiu nas calçadas e até passou em cima de uma ilha. No momento do acidente, a Andressa estava lucida e até conversando. Ao tomar conhecimento de que tinha atropelado uma pessoa, o motorista tentou correr. Por todo momento ele ameaçava fugir e deixar o local, mas o pessoal que estava no bar não deixou. Várias pessoas falaram que ele estava com o carro cheio de bebidas. Aqui é muito perigo, sempre acontecem acidentes”, concluiu.
O DE procurou o Hugol para saber quando a cirurgia para Andressa deve ser liberada, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.