Equipe de Bolsonaro vive tensão pré-pesquisa eleitoral após prisão de Milton Ribeiro

Inferno astral. Esse é o cenário enfrentado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e os apoiadores dele, nas últimas semanas. Não faltaram motivos para elevar a preocupação quanto a popularidade do presidente que buscará a reeleição em 2022. A situação ficou ainda mais tensa entre a quarta e a quinta, 22 e 23, já que o clima é de pré-pesquisa eleitoral.

Está prevista a liberação de uma nova pesquisa Datafolha nesta quinta-feira (23). E a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, aliado que Bolsonaro disse que “colocaria a cara no fogo”, pode jogar um banho de água fria nas expectativas de sua equipe de campanha que esperava melhora no desempenho do presidente no novo levantamento.

O clima de apreensão é justificado ainda porque o principal adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Lula, já despontava nas pesquisas anteriores como o favorito nas intenções de votos. Agora o episódio no MEC derruba a bandeira do combate a corrupção tão pregada por bolsonaristas que seria usada  novamente como trunfo de seu projeto eleitoral.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada no final do mês de maio, Lula apareceu com 48%  fazendo frente a Bolsonaro que somou 27% da preferência dos eleitores. Agora é aguardar para ver o estrago que escândalo de corrupção no Ministério da Educação trará para a pré-campanha de reeleição do presidente.

O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal na manhã da última quarta-feira (21) na operação que investiga a existência de um gabinete paralelo no MEC. A atuação era para fazer liberação de verbas a prefeituras indicadas por pastores evangélicos em troca de propina.

Fora isso, existe ainda a crise econômica enfrentada pelo País, provocada principalmente pelas frequentes altas nos preços combustíveis. Por enquanto, nenhuma medida adotada pelo governo federal surtiu efeito no valor que o consumidor está pagando pelos produtos nas bombas.  O estrago tá feito, agora é esperar para ver.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Datafolha: 62% dos brasileiros se opõem à anistia para golpistas do 8/1

STF condena mais 29 réus pelos atos golpistas de 8/1

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada na quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, revelou que 62% dos brasileiros são contrários à concessão de anistia aos participantes dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Esses atos envolveram a invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A pesquisa foi conduzida após a Polícia Federal (PF) indiciar Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e atualmente filiado ao Partido Liberal (PL), por envolvimento na conspiração que levou aos eventos de 2022. A rejeição à anistia é clara, refletindo a opinião majoritária da população brasileira sobre o assunto.

Os dados da pesquisa indicam que a oposição à anistia é significativa, com 62% dos entrevistados expressando sua discordância. Essa posição é compartilhada por uma ampla gama de segmentos da sociedade, embora haja variações nos níveis de apoio e rejeição entre diferentes grupos.

Veja os números:

  • Contra: 62% (eram 63% em março);
  • A favor: 33% (eram 31%);
  • Não sabem: 5% (eram 4%);
  • Indiferente: 1% (era 2%)

Apoio à Anistia

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos apoiadores a anistia são homens, com 37%, enquanto 29% das mulheres entrevistadas defendem a medida. Já 64% das mulheres são contra a anistia, e 59% defendem punição para os participantes do 8/1.

Em relação ao apoio a políticos, quem declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 defende em sua maioria o perdão aos golpistas: 45%. Já 72% dos que declararam voto no presidente Lula (PT) na última eleição presidencial são contra a anistia.

Já em relação a classe de trabalho, os funcionários públicos (68%), estudantes (68%), desempregados (67%) e moradores da região Nordeste (66%) são os grupos sociais que mais defendem a punição.

Os mais favoráveis à anistia são os assalariados sem registro (38%), empresários (37%), evangélicos (37%) e pessoas de 35 a 44 anos (36%).

O instituto ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios do Brasil nos dias 12 e 13 de dezembro, com entrevistados de idade entre 16 anos ou mais.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp