Festas juninas fazem explodir as vendas de fogos de artifício em Goiás

O retorno das festas juninas presenciais está deixando animados os empresários do setor de fogos de artifício. Em Goiânia, a expectativa é conseguir recuperar parte dos prejuízos de dois anos sem os eventos festivos. Levantamento realizado pela reportagem do Diário do Estado constatou que a alta das vendas, em alguns casos, ultrapassa os 20%.

A vontade de matar a saudade das quadrilhas, com quentão, canjica e outras guloseimas típicas dessa época, é maior do que a reclamação pela alta nos preços. Os lojistas reconhecem que houve aumento, mas nada tão explosivo. Segundo eles, os carros-chefe do período continuam aquecendo os balcões de atendimento.

De acordo com o proprietário do Armazém dos Foguetes, Danillo Marçal, a comparação com o mesmo período de 2019 é a prova de que as pessoas estão mais interessadas e animadas para celebrar a vida. O faturamento da unidade, localizada na Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia, saltou de R$ 200 mil, em junho do ano passado, para R$ 300 mil, no mesmo mês deste ano. Aumento de 50% no valor e de pouco mais de 20% mais vendas.

 “As pessoas pedem, basicamente, cinco tipos de fogos de artifício para as festas juninas: 12 por 1, colorido, traque e  estalinho da criança. É que em todo lugar tem uma quadrilha e eles não são ofensivos, não oferecem risco. Em média, eles encareceram 30%. O estalinho que saía por R$ 50 antes da pandemia, hoje custa R$ 75 a caixa grande, com 50 pacotes de 30 unidades em cada”, afirma.

Na Fogos Nuclear, no Setor Campinas, Goiânia, a percepção é a mesma: a população quer reviver o brilho da festa. O gerente Wesley Rodrigues destaca que as vendas neste mês estão 30% acima do total contabilizado no mês anterior. O reajuste nos preços também ocorre no estabelecimento porque, segundo ele, os fornecedores alegam dificuldades para encontrar insumos.

“A verdade é que tudo aumentou em todos os setores em todo o mundo. Como é a primeira depois da pandemia, todo mundo quer fazer a festa. Uns compraram um pouquinho mais e outros diminuíram a quantidade, mas é que a matéria-prima subiu demais. Os fornecedores justificam que está faltando de papelão a perclorato, que é o elemento que faz os fogos dispararem. Por exemplo, um foguete 12 por 1 custava R$20 e agora está na faixa dos R$ 25”, explica. 

Em Goiás, o movimento junino chega a movimentar R$ 100 milhões, segundo o presidente da Federação das Quadrilhas Juninas de Goiás (Fequajugo), Alex Gontijo. A festa chega a envolver cerca de 1,4 mil  dançarinos de grupos juninos. Na cadeia produtiva envolvida fazem parte ainda os setores ligados à estrutura, transporte, comida, confecção das peças, tecido, produção, cenário, cabelo, maquiagem, coreógrafo, decoração, palco e som.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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