Goiânia registrou mais de 250 casos de injúria e homofobia em 2022

Os casos de injúria e homofobia seguem em alta em Goiás. Para se ter uma ideia, apenas em Goiânia, o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (GEACRI) registrou ao menos um caso por dia, somando 255 crimes até o momento.

Nesta última terça-feira, 13, por exemplo, um casal de mulheres homossexuais foram vítimas de injúria por parte de um homem enquanto estavam em uma sorveteria localizada no Setor Urias Magalhães, em Goiânia. 

Renan Lemes, de 26 anos, chegou a ser detido pela Polícia Militar (PM) após agredir verbalmente Angélica Francielly e Karuliny Divina. Em um vídeo gravado pelo próprio suspeito, ele diz não gostar ‘desse tipo de gente’, se referindo às mulheres que também foram gravadas por ele.

“Pessoal, estou aqui no Setor Urias Magalhães, certo? Um casal de lesbicas aqui, entendeu? Eu como Renan Lemes, filho de advogado, estou indo na delegacia agora, entendeu? Porque eu não gosto deste tipo de gente. Olha aí para você ver, o perfil da pessoa, me atacando, com inveja do meu perfil porque sou uma pessoa de boa índole. Olha o porte da pessoa, quer ser homem. Olha o nível da pessoa, essas pessoas de má índole”, disse Renan no vídeo.

Injúria

Para Angélica, que é barbeira e, na ocasião, tomava sorvete com a esposa, a situação foi humilhante e inadmissível. Ela conta que o homem chegou ao estabelecimento e ao perceber que as suas eram um casal, começou a proferir ofensas homofóbicas, dizendo que não iria ficar no local porque não gostava de ‘homossexuais’.

“Ele falou coisas horríveis, sendo super agressivo. Neste momento, um policial à paisana passou pelo local e percebeu a confusão. Ele fez a abordagem e em seguida acionou a viatura. Fomos conduzidos à delegacia e informamos que o Renan tinha gravado alguns vídeos falando mal da gente”. explicou.

Mesmo sendo preso em flagrante, o jovem foi liberado após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

Recorrente 

Para a vice-presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Amanda Souto Baliza, os crimes envolvendo injúria e LGBTfobia são comuns. Ela explica que os crimes de injúria simples podem gerar uma pena de até seis meses, mas já casos mais complexos podem render até cinco anos de prisão.

Porém, Amanda reforça que é necessário que as vítimas denunciem os autores, a fim de evitar que novas pessoas passem por esse tipo de agressão e que os criminosos sejam penalizados.

“Hoje temos delegacias especializadas neste tipo de crime, como o Geacri. As vítimas podem buscar reparação civil na delegacia. Enquanto as pessoas não entenderem que é errado ofender outra pessoa, a gente tem que buscar a repressão. Essa repressão vem por meio da questão criminal que deve ser registrada em uma delegacia”, concluiu.

 

Amanda diz que casos de injúria e homofobia são frequentes. (Foto: Arquivo pessoal)

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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