O governo do Japão pretende presentear pais que tiverem bebês com uma bolsa de 80 mil ienes extras (equivalente a R$ 3,1 mil), a partir de abril de 2023. Atualmente os responsáveis recebem 420 mil ienes (cerca de R$ 16,2 mil) pelo nascimento de uma criança.
No entanto, esse valor não tem sido suficiente para convencer os casais a engravidar. Pois de acordo com uma pesquisa feita pelo jornal japonês ‘Mainichi’, o custo médio para se ter um bebê no Japão fica em torno de 437 mil ienes (cerca de R$ 16,9 mil). Até o custo de vida alto no país, estagnação da renda e falta de vagas em creches contam como um dos empecilhos.
Além do mais, um dos principais gastos para os pais é o Juku (aulas extras). Esta atividade é voltada para garantir que as crianças entrem em uma boa escola secundária e, em seguida, em uma boa universidade. O ensino superior no Japão tem duração de quatro anos e pode gerar recursos para a família, mesmo se o aluno trabalhar meio período.
Porém, os salários dos japoneses têm sido inalterados em mais de uma década e os custos diários subindo com a inflação. Não é a primeira tentativa que o Japão faz neste sentido, o país já ofereceu: carros, moradia em regiões rurais e outros benefícios em dinheiro.
O principal objetivo do governo é tentar impedir o declínio alarmante da taxa de natalidade no país, já que a divulgação das últimas estatísticas preocupou os japoneses. Em 2021, foram contabilizados 125,7 milhões de japoneses no país – abaixo do pico de 128 milhões registrado em 2017.
De acordo com as previsões da revista científica ‘The Lancet‘, feita antes da pandemia, indicam que a população do Japão deve diminuir para 53 milhões até o final do século. Nas últimas décadas, os japoneses têm optado por se casar mais tarde e ter poucos filhos.
Segundo os dados do Ministérios da Saúde do país, mostraram que apenas 384.942 bebês nasceram no país nos seis primeiros meses do ano, uma queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. A instituição prevê ainda que o número de nascimentos ficará abaixo dos 811.604 registrados em 2021. E, provavelmente, não atingirá a marca de 800 mil. Isso nunca aconteceu desde o início da contagem, em 1899.