Temporada de pipas acende alerta para risco de acidentes com cerol

Os ventos mais intensos levam muitas pessoas para as ruas e parques soltarem pipas. A temporada alerta para o risco do uso de cerol, apesar de a prática ser proibida no estado. No ano passado, uma mulher morreu em Goiânia após ser atingida por uma linha que se tornou cortante após ser envolta na mistura de cola e vidro moído. Metade dos acidentes com motos no Brasil resultam em ferimentos graves e 25% em óbito, segundo a Associação Brasileira de Motociclistas (Abram). 

 

As principais vítimas de acidente desse tipo são os motociclistas e ciclistas, apesar de haver registro de casos envolvendo pedestres. A prevenção mais efetiva para evitar cortes no corpo causados pela pressão ou deslizamento é a instalação de antena corta linha no guidão para prender o material, o capacete anti-cerol, luvas e o protetor de pescoço. Por impulso, muitos condutores tentam se defender com as mãos e a área se torna alvo de ferimentos profundos. 

 

Os acidentes costumam resultar em mortes e os sobreviventes correm o risco de enfrentar sequelas, como problemas na fala ou paralisia cerebral.  A região superior do corpo afetada pelo barbante cortante tem muitas veias e artérias importantes para o funcionamento do organismo, por isso as tragédias geralmente são fatais. As pessoas que produzem a mistura também podem ter sangramento das vias aéreas ao inalar o pó de vidro. 

 

Em muitas situações, a linha cortante usada para “batalhas” entre os praticantes da brincadeira perigosa afeta a rede de fiação de energia elétrica. O material rompe ou desgasta os cabos e desencadeiam choques e/ou curtos-circuitos. As ocorrências são mais frequentes em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Valparaíso de Goiás, Luziânia e Senador Canedo.  Além disso, as aves também são afetadas e morrem ou perdem a capacidade de voar.

 

A legislação estadual proíbe o cerol e também outras versões  cortantes, como a linha chilena (coberta com óxido de alumínio, silício e quartzo moído) e linha indonésia (feita com cola ciano acrilato e carbeto de silício ou óxido de alumínio”. A pena para a comercialização e depósito para infrator ou responsável legal é multa de R$ 500 a R$ 2 mil por cada material apreendido, aplicada em dobro em caso de reincidência.

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Senado aprova projeto para proibir uso de celular em escolas

O plenário do Senado Federal aprovou, em votação simbólica, na noite de quarta-feira, 18, o Projeto de Lei 104/2015, que restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, sobretudo de telefones celulares, nas salas de aula dos estabelecimentos públicos e privados de ensino infantil e médio de todo o país.

O texto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, na semana passada, em votação terminativa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Apoiado pelo governo federal e por especialistas, o texto também teve rápida tramitação no Senado, indo direto para votação em plenário. Com a aprovação no Congresso, o projeto segue para sanção presidencial e poderá valer já para o ano letivo de 2025.

Países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já possuem legislações que restringem uso de celular em escolas.

De acordo com o relator do PL no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), a medida não traz punições, mas “orienta uma política pública educacional”.

“Entre o início do período de aula até o final, o uso de celular está proibido, salvo questão de necessidade, como saúde. A regra é que o aluno deixe esse celular desligado, mutado, na sua mochila ou no estabelecimento que tiver espaço, e ele tenha concentração total na aula. É um projeto muito simples, ele quer resgatar a atenção do aluno, levar esse aluno a prestar atenção na aula”, argumentou o senador, durante a sessão de debates.

Apesar de ter obtido unanimidade entre os senadores, duas emendas chegaram a ser apresentadas. Uma delas, de autoria do senador Rogério Marinho (PL-RN), visava estabelecer a obrigatoriedade apenas no ensino infantil e fundamental, do 1º ao 9º ano, excluindo o ensino médio. O argumento do parlamentar era aplicar a política de forma gradual. A emenda acabou sendo rejeitada.

Uma outra emenda, de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE), chegou a ser apresentada, para obrigar a instalação de câmeras em salas de aula, mas, após os debates, o parlamentar retirou a proposta, para reapresentá-la na forma de um projeto de lei em separado.

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