A cédula de R$ 200 se tornou uma briga judicial. Criada há dois anos e meio pelo governo Bolsonaro, a nota não é acessível a pessoas com deficiência visual. O Banco Central (BC) está sendo processado pela Organização Nacional de Cegos do Brasil. O grupo acusa a instituição financeira de não se atentar a marcas de identificação que ajudem o grupo a diferenciá-las.
Pela primeira vez, as notas emitidas pelo BC tiveram somente tamanho diferenciado e marcas de alto relevo e não incluíram outros itens de segurança. A explicação é que foram usadas máquinas que imprimiam as de R$ 20 para não interromper a produção das cédulas de R$ 100. Na prática, a decisão resultou em ausência de padrões diferenciais. De acordo com o banco, somente 28,4% das cédulas desse valor foram colocadas em circulação – juntas, elas somam 8% do dinheiro em espécie do país, que totaliza R$ 323,8 bilhões.
O BC se defende apontando que a nota de R$ 200 tem três linhas inclinadas em alto relevo no papel do dinheiro para que os deficientes visuais consigam identificá-las. No entanto, a representante legal da Associação, a Defensoria Pública da União, alega que as marcas somem com o passar do tempo de uso e a nota se assemelha à de R$ 20.
A proposta é obrigar o recolhimento das cédulas em circulação não acessíveis para 6 milhões de brasileiros com deficiência visual severa e impressão de outras adequadas em tamanho e marcas de diferenciação.