O segundo dia de greve dos trabalhadores da educação já impactou ao menos 120 unidades escolares e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) em Goiânia. A paralisação começou na segunda-feira, 02, e atingiu principalmente o serviço de limpeza das instituições.
Os professores não aderiram à greve, mas com a adesão de profissionais que exercem outros serviços, as instituições estão funcionando parcialmente. Esse é o caso do setor de limpezas, em que praticamente todos os auxiliares da Prefeitura de Goiânia coeriram ao movimento.
Dessa forma, o ambiente escolar fica sujo, mas na tentativa de minimizar os danos da greve, a Prefeitura Municipal disponibilizou os serviços de servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Estado de Goiás (Sintego), conforme publicado nas redes sociais, a prática é “inadmissível”.
“É preciso que a Prefeitura de Goiânia atenda o clamor da categoria, faça uma proposta digna e não se utilize de práticas autoritárias como desviar trabalhadores (as), de suas funções, deslocando-os (as) de seus locais de trabalho, como está acontecendo com os (as) da Comurg.
É inadmissível, pessoas estranhas às escolas, CMEIs e CEls, entrarem e fazerem a higienização das crianças, fazer as refeições sem nenhum preparo, pois não estão cientes do Manual das Boas Práticas da Alimentação – MBPAE e os POPs.
O SINTEGO aguarda proposta por parte da gestão municipal, para ser apresentada à categoria. A próxima Assembleia dos (as) Administrativos (as) da Educação de Goiânia será amanhã, às 9h, em frente à Câmara Municipal”, informou o Sintego por meio de nota.
Nota prefeitura
Em nota enviada ao DE, a Prefeitura de Goiânia esclareceu que valoriza os profissionais da educação e ressalta que a greve pode afetar estudantes. Leia a nota na íntegra.
A Prefeitura de Goiânia esclarece que a valorização dos profissionais é uma prioridade da gestão, e avalia com responsabilidade fiscal, orçamentária e técnica as demandas apresentadas pelos profissionais administrativos da educação, e segue em diálogo com a categoria.
O município esclarece que, em decorrência da queda dos repasses do Governo Federal, as projeções apontam menor arrecadação dos municípios em todo país, o que prejudica o equilíbrio financeiro, além de impactar no limite prudencial de despesa com pessoal estabelecido em lei.
A atual gestão garante direitos adquiridos dos servidores, e investiu na criação do auxílio locomoção de R$300, quitação de três data-base, pagamento da folha dentro do mês trabalhado e chamamento de aprovados no concurso. Além disso, uma comissão foi criada para reformular o plano de carreira da categoria.
A gestão municipal reforça a importância do trabalho desenvolvido por todos servidores, e avalia que uma paralisação pode afetar estudantes, interferindo no processo de ensino-aprendizagem no momento em que estão recuperando as aprendizagens perdidas na pandemia, e suas famílias, que dependem do acolhimento das unidades de ensino para que possam desenvolver suas atividades diárias.