Israel invade a Faixa de Gaza por terra e 250 lugares são atacados

Israel invade a Faixa de Gaza por terra e 250 lugares são atacados

Nesta quinta-feira, 26, o exército israelense atacou instalações do grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza. Segundo a Reuters, os novos ataques de Israel atingiram 250 locais dominados pelo Hamas. Os ataques aconteceram depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dizer que ainda estava preparando uma invasão terrestre.

Prestes a completar três semanas de conflito, Estados Unidos e outros países incitam que Israel adie uma invasão total na Faixa de Gaza. O maior temor dos líderes ocidentais é que uma invasão terrestre, com já alto número de civis mortos por ataques aéreos, desencadeie uma guerra ainda mais grave.

Segundo a Reuters, o presidente dos EUA, Joe Biden, ligou para o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, para discutir “esforços em andamento para localizar e garantir a libertação” de norte-americanos que acreditam estarem detidos como reféns pelo Hamas.

O Governo de Israel estima que ainda há 224 reféns com o grupo palestino que liberou quatro deles desde a última sexta-feira, 20, e no dia seguinte Gaza começou a receber um pequena quantidade de ajuda humanitária.

Conflito

Iniciado no dia 7 de outubro, o conflito entre o Governo de Israel e o grupo palestino Hamas foi iniciado após este atacar o sul de Israel, levando várias pessoas como reféns, inclusive estrangeiros que estavam na região do ataque.

No mesmo dia, o Governo de Israel respondeu com diversos ataques à Faixa de Gaza com bombardeios aéreos. Até o momento, mais de 7 mil pessoas morreram no conflito, mais de 2,9 mil delas são crianças.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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