Em Caiapônia, homem exigia dinheiro para não expor parceiros sexuais

Um homem de 30 anos foi preso nesta segunda-feira, 20, em Caiapônia, região sudoeste do Estado, por extorquir parceiros sexuais. De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), o suspeito praticava atos sexuais com homens e, posteriormente, exigia dinheiro para não divulgar fotografias e vídeos de teor pornográfico para as famílias das vítimas.

O investigado filmava os encontros e armazenava imagens íntimas recebidas das vítimas. Até o momento, dois homens realizaram pagamentos significativos antes de buscar ajuda policial, esgotando seus recursos financeiros. Áudios e reproduções de conversas via aplicativo, divulgados pela corporação, revelam o modo de agir do detido, chantageando as vítimas. “Cadê o safado do seu marido”, diz em uma das mensagens enviadas.

Áudios e reproduções de conversas via aplicativo de mensagens, divulgados pela corporação, revelam o modo de agir do detido (Fotos: reprodução/PCGO)

Áudio 1: Eu vi lá que parece que você me bloqueou, né? Sou eu! Aviso o ** aí! Se ele não quer que eu vazo umas coisas que eu tenho aqui, que ele sabe o que que eu tenho, tá? Eu não iria me pronunciar, não. Mas tipo, ele me deve umas coisas e ele sabe que ele me deve, tá? Pode dar esse recado pra ele. Só que eu já tenho o contato da mãe dele, que já mandei mensagem pra mãe dele. Se ele não quer que eu mande pra você, pra mãe dele, pra mais aquela Caiapônia inteira, ele me responde, tá? Porque eu vi que você me bloqueou, que eu te mandei várias mensagens e nenhuma mensagem foi entregue. Então dá esse recado pra ele que eu não tô pra brincadeira, não.

Áudio 2: Então eu passe esse recado pra ele fazendo favor, tá, porque ninguém que me deve, foge de mim não. Então eu estou certeza que se eu mostrasse pra você e pra mãe dele, pra família dele, o que eu tenho dele aqui, garanto pra vocês, que vocês iriam ficar de cabelo em pé. Só fale pra ele, tá? Já que você me bloqueou, se quiser me desbloquear do meu número lá e falar pra ele me procurar, entendeu? Porque eu não sou de brincadeira não.

Áudio 3: Porque ele sabe muito bem que vídeo, que fotos e tudo que eu tenho aqui. Ele sabe muito bem o que eu estou falando. É só você falar isso pra ele. Eu tenho certeza que se você ver, você larga ele, tá?

Áudio 4: Porque, como eu disse, se estiver achando que eu sou algum otário, não sou não. Só avisa pra ele, tá? Eu não sou otário. Não, não sou otário mesmo. Então avisa pra ele, dá esse recado pra ele e fala a c*** que mandou mensagem pra ele. Manda esses áudios pra ele, entendeu? Porque se ele não tá com medo, eu vou fazer ele ter medo. E muito, entendeu? Porque se vocês verem o que eu tenho dele, vocês vão tremer e eu paro essa caipônia. Você pode fazer as vezes que eu paro essa caipônia.

O suspeito foi conduzido à unidade policial, onde passou por interrogatório e, em seguida, recolhido à Unidade Prisional de Caiapônia, ficando à disposição da Justiça.

 

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PF indiciou Bolsonaro e militares por plano de golpe e assassinato de autoridades

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Além do ex-presidente, a PF concluiu que mais 36 pessoas estão envolvidas, entre elas ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), e Braga Netto (Defesa), além de outros militares e aliados do ex-presidente.

O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que os indiciados foram responsáveis por tramas golpistas, ações relacionadas aos atos de 8 de janeiro, e até um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado e prestou depoimento ao STF nesta quinta-feira, 21, sendo considerado um dos últimos testemunhos a serem ouvidos no caso.

Entre os crimes atribuídos aos indiciados estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Plano de assassinato

Além das investigações sobre os atos golpistas, a PF realizou uma operação, na terça-feira (19), contra uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. A organização, composta principalmente por militares das Forças Especiais, visava a realização de um golpe para impedir a posse do governo eleito em 2022.

A investigação revelou que o plano de assassinato foi preparado para o dia 15 de dezembro de 2022, e que Moraes estava sendo monitorado de forma contínua. A organização também tinha a intenção de criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar as consequências de suas ações.

A PF concluiu que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano, o que agrava ainda mais a situação do ex-presidente.

O 8 de Janeiro e as consequências

Em 8 de janeiro de 2023, seguidores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições de 2022. O governo federal decretou intervenção na segurança do Distrito Federal e mais de 1.800 pessoas foram presas nos dias seguintes.

As investigações sobre os atos de 8 de janeiro identificaram financiadores e grupos organizados que planejaram os ataques. Bolsonaro passou a ser investigado após surgirem evidências de que ele havia incentivado discursos golpistas, levando o STF a aceitar denúncias contra centenas de envolvidos. Vários réus já foram condenados por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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