Após buscar atendimento três vezes, grávida perde bebê em maternidade de Senador Canedo

Uma mulher grávida perdeu seu bebê depois de buscar atendimento por três vezes na Maternidade Municipal Aristina Cândida, em Senador Canedo, neste domingo, 10. Em cada visita, Ana Beatriz foi atendida e enviada de volta para casa. No último retorno, no fim da tarde, constatou-se a filha Isabelle, que já estava com 39 semanas de gestação, estava morta.

A mãe permanece na unidade, onde, após a constatação da morte da criança, foi submetida a uma cirurgia cesárea realizada às pressas. De acordo com relato da família, desde o sábado à noite, Ana Beatriz recebeu orientações para voltar para casa e aguardar, mesmo após apresentar sangramento e dor. A paciente foi informada que estaria apenas com 3 cm de dilatação e que o hospital só interna a partir de 5 cm.

Em uma das visitas, os médicos aplicaram dipirona na veia, alegando que o sangramento era normal. No entanto, a gestante continuou sentindo desconforto, e o coração do bebê acelerou. O pai, Rafael Martins Paiva, denuncia a falta de ação efetiva. “Nós seguimos a orientação dos profissionais. Fizemos tudo para voltar com ela nos braços e, por incompetência, não conseguimos”, desabafou em entrevista ao JA 1ª edição.

O boletim de ocorrência foi registrado, e a família está preocupada com o estado abalado de Ana Beatriz, que está internada e não deve comparecer ao velório da filha. O bebê vinha sendo planejado há quatro anos pela mulher e o marido. A criança passou por todo o pré-natal e a gestação foi tranquila, não teve nenhum problema.

O quartinho da menina já estava arrumado e o enxoval todo pronto. A família chegou com a mala da maternidade para sair e mesmo assim não conseguiram sair, conseguiram fazer com que a filha nascesse e saudável, como foi durante toda a gestação.

Alegações

Diretor clínico da maternidade, Rogério Cândido defendeu a atuação do hospital, afirmando seguir as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS). Alegou que o parto normal é o mais saudável, mas a família aponta falta de exames específicos para diagnosticar o descolamento de placenta.

A família pretende recorrer à polícia e ao Ministério Público, alegando negligência por parte do hospital. Outras gestantes também expressaram preocupação com atendimentos semelhantes, revelando uma possível prática recorrente.

 

 

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Procurador da República abre inquérito para investigar ação da PRF

O procurador da República no Rio de Janeiro, Eduardo Santos de Oliveira Benones, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial, instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar os motivos que levaram três policiais rodoviários federais a atirarem diversas vezes contra um carro com cinco pessoas da mesma família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), na véspera de Natal. Um dos tiros atingiu a jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, na cabeça. O pai de Juliana, Alexandre Rangel, sofreu um ferimento na mão.

Na medida, o procurador determina que a Polícia Federal fique à frente das investigações e que a Polícia Rodoviária Federal forneça a identificação dos agentes envolvidos no caso e a identificação dos autores dos disparos contra o carro da família.

Benones determinou ainda o afastamento imediato das funções de policiamento dos agentes envolvidos, além do recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance em poder dos agentes rodoviários, independente de terem sido usadas ou não para a realização de perícia técnica. Ele também quer saber se a PRF prestou assistência às vítimas e seus familiares e qual é o tipo de assistência.

O procurador da República Eduardo Benones determinou ainda que a Polícia do MPF faça diligências no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde Juliana está internada, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, e a identidade da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento da paciente.

Benones também expediu ofício à Concessionária Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer) requisitando as imagens da noite do dia 24, entre 20h e 22h.

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