Moro e Flávio Dino trocam abraço em sabatina; Carlos Bolsonaro ironiza

Um gesto aparentemente comum chamou bastante atenção nesta quarta-feira, 13, durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado Federal. O senador Sergio Moro (União-PR) e o ministro da Justiça, Flávio Dino, protagonizaram um momento surpreendente ao se cumprimentarem com um abraço. E lados politicamente opostos, os dois trocaram farpas publicamente nos últimos anos.

Ao comentar o abraço inesperado durante suas perguntas a Dino, Moro destacou sua diferença de opiniões com o atual governo, do qual Dino faz parte. Apesar das críticas à gestão do ministro da Justiça, Moro ressaltou a importância da civilidade para diminuir a polarização no país.

“Eu fui até aí cumprimentá-lo, acho que é um dever de cordialidade e civilidade. Vossa Excelência me perguntou algo, eu achei graça e dei uma risada. Tiraram várias fotos, já está viralizando, como se isso representasse minha posição. Eu sempre deixei muito claro, eu tenho diferenças com o atual governo, e Vossa Excelência faz parte do atual governo. Tenho diferenças profundas, e tenho sido um crítico, inclusive da gestão de Vossa Excelência, mas não perderei a civilidade e acho que este país precisa disso, para que nós possamos diminuir a polarização.”

Indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), Dino é conhecido por ser um crítico ferrenho da Operação Lava Jato. Em audiência no Senado em março, Moro e Dino tiveram um embate público, no qual o ministro da Justiça defendeu sua integridade e repudiou insinuações sobre sua prisão.

“Eu sou uma pessoa honesta, ficha limpa. Eu fui juiz. Nunca fiz conluio com o Ministério Público. Nunca tive uma sentença anulada. E, por ter sido um juiz honesto, governador honesto, que eu não admito que alguém venha dizer que eu deva ser preso. Isso é desrespeito. Quem tem honra age assim. Repilo veementemente qualquer ofensa à minha honra.”

Durante sua peregrinação no Senado, em busca de votos, Dino afirmou que não precisaria conversar com o ex-juiz para conhecer seu voto. Por sua vez, Moro antecipou que a sabatina de Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seria longa e dura devido às declarações polêmicas do indicado.

Reação

O vereador do Rio de Janeiro e filho 02 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro, usou suas redes sociais nesta quarta-feira para ironizar o abraço entre o senador Sergio Moro e o ministro da Justiça, Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Lula. A cena rapidamente viralizou entre os apoiadores de Bolsonaro.

Em uma publicação no Instagram, Carlos compartilhou a imagem do momento e comentou: “Quase me assustei, mas temos que unir a direita”, referindo-se à fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sobre a necessidade de união na direita.

Carlos não foi o único a comentar o episódio, com outros nomes do núcleo duro do bolsonarismo fazendo postagens semelhantes. Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou se ainda havia surpresas, enquanto Cabo Gilberto (PL-PB) ironizou a situação com a legenda “A legenda é com vocês” e um emoji de palhaço.

O deputado federal Daniel Freitas (PL-SC) concluiu: “Esse país não é para amadores.”

 

 

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Parlamentares de Taiwan protagonizam briga e fazem barricada durante sessão

Na sexta-feira, 20, uma discussão acirrada entre parlamentares de Taiwan tomou conta do parlamento. O principal partido de oposição, o Kuomintang (KMT), e seus aliados pressionaram por novos projetos de lei, incluindo propostas para aumentar o controle sobre a divulgação de informações orçamentárias de autoridades eleitas e mudanças no tribunal constitucional.

A situação ficou tensa quando legisladores do KMT tentaram bloquear a entrada do parlamento com cadeiras, enquanto os membros do Partido Progressista Democrático (DPP) tentavam acessar a Câmara. A troca de acusações e a confusão aumentaram, e objetos foram jogados no plenário.

O DPP argumentou que as mudanças no tribunal constitucional poderiam comprometer a integridade da Constituição de Taiwan, dificultando a capacidade dos juízes de contestar a legislação.

Do lado de fora do parlamento, milhares de manifestantes, contrários às propostas da oposição, se reuniram, preocupados com os impactos na democracia do país.

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