Youtuber que dava dicas sobre maternidade é condenada por abuso infantil

Youtuber que dava dicas sobre maternidade é condenada por abuso infantil

A youtuber americana Ruby Franke, conhecida por dar dicas sobre criação de filhos, foi condenada a 4 anos de prisão por abuso infantil. A blogueira estava sendo investigada desde 2023, depois que um dos seus filhos fugiu de casa atrás de água e comida. Defesa pode recorrer a decisão.

Na decisão, o promotor Eric Clarke disse que dois dos filhos dela, com 9 e 11 anos na época, viviam em um “ambiente semelhante a um campo de concentração” e a classificou como uma ameaça significativa para a comunidade. “As crianças eram regularmente privadas de comida, água, camas para dormir e praticamente todas as formas de entretenimento”, afirmou Clarke.

Ruby, que já havia se declarado como culpada, chorou ao ouvir a decisão do juiz e pediu desculpas aos filhos. “Fui levada a acreditar que este mundo era um lugar maligno, repleto de policiais que controlam, hospitais que ferem, agências do governo que fazem lavagem cerebral, líderes religiosos que mentem e cobiçam, maridos que se recusam a proteger, e crianças que precisam de abuso”, disse.

Além da youtuber, a justiça também condenou Jodi Hildebrandt, de 54 anos, ex-sócia de Ruby. A justiça a acusou de saber sobre os crimes e não denunciar a polícia.

As sentenças dever ser cumpridas consecutivamente e são a pena máxima para cada acusação, segundo a lei de Utah. O tempo que cada uma delas deverá cumprir na prisão será determinado pelo conselho de liberdade condicional do estado.

Crime

Ruby Franke era dona do canal 8 Passengers (uma referência aos seis filhos mais o casal), lançado em 2015, e que contava com mais de 2 milhões de seguidores. Em seus vídeos, ela dava dicas de criação dos filhos, estudos em casa, cozinha e família.

Em agosto de 2023, um dos filhos da influencer fugiu pela janela de casa e correu até um vizinho em busca de água e comida. Os vizinhos encontraram a criança com lacerações por todo o corpo. A criança alegou ter sido amarrada com uma corda pela mãe.

No entanto, os maus-tratos da youtuber contra os filhos já vinham sendo observado por seguidores do canal. Um dos filhos da mulher mencionou em um dos vídeos, publicado em 2020, que foi forçado a dormir em um pufe durante sete meses como castigo.

Após a fala da criança, os espectadores vasculharam diversos vídeos da família e apontaram outros métodos de punição usados por Franke nas crianças – como ficar sem comida, ameaçar contra a cabeça de bichinhos de pelúcia e “cancelar” o Natal. Os internautas realizaram um abaixo-assinado pedindo para que o acidente fosse investigado, mas nenhuma medida legal foi tomada.

Frankie e o marido rejeitaram as críticas. Eles disseram que alguns dos vídeos foram retirados do contexto. O casal acabou excluindo o canal em 2022 e Ruby se tornou presença frequente em vídeos da ex-sócia Hildebrandt – que é terapeuta e life coach.

Maus-tratos

Foi apenas em 2023 que toda a verdade por trás das câmeras veio à tona. Para a polícia, os filhos de Ruby contaram que estavam sendo submetidos a abusos graves – sendo amarrados, espancados, privados de comida e forçados a trabalhar no ar livre sem protetor solar.

Como justificativa dos castigos, Franke dizia aos filhos que eles eram “maus e estavam possuídos” e precisavam “se arrepender”. Hilderbrant não só sabia dos maus-tratos contra as crianças, mas também participava deles. A ex-sócia da youtuber contou a polícia que uma vez pediu para que uma das filhas de Ruby pulasse “várias vezes em um cacto” como punição.

O ex-marido da Youtuber e pai das crianças, Kevin Franke, pediu para que a pena máxima fosse aplicada e classificou os atos sofridos pelos filhos como “horríveis e desumanos.

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MP do TCU pede suspensão de salários de Bolsonaro e outros militares

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu na última sexta-feira, 22, a suspensão do pagamento dos salários de 25 militares ativos e da reserva do Exército que foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado.
 
Entre os militares citados, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, um capitão reformado que recebe um salário bruto de R$ 12,3 mil, o general da reserva Augusto Heleno, com um salário de R$ 36,5 mil brutos, o tenente-coronel Mauro Cid, que ganha R$ 27 mil, e o general da reserva Braga Netto, com um salário de R$ 35,2 mil.
 
Lucas Furtado argumentou que o custo dos salários desses militares é de R$ 8,8 milhões por ano. “A se permitir essa situação – a continuidade do pagamento da remuneração a esses indivíduos – o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio Estado para instaurar uma ditadura”, afirmou o subprocurador.
 
Além da suspensão dos salários, Furtado também pediu o bloqueio de bens no montante de R$ 56 milhões de todos os 37 indiciados pela PF. Essa medida visa cobrir os prejuízos causados pelos atos de destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, que totalizam R$ 56 milhões, conforme estimado pela Advocacia-Geral da União (AGU).
 
“Por haver esse evidente desdobramento causal entre a trama golpista engendrada pelos 37 indiciados e os prejuízos aos cofres públicos decorrentes dos atos de destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, considero que a medida cautelar também deve abranger a indisponibilidade de bens”, completou Furtado.
 
O pedido inclui ainda a extensão da medida de suspensão de qualquer pagamento remuneratório aos outros indiciados que recebam verba dos cofres públicos federais, incluindo do Fundo Partidário. O processo para avaliar a suspensão dos salários ainda não foi aberto pelo TCU.

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