O ex-jogador Robson de Souza, o Robinho, passou a primeira noite na Penitenciária 2 de Tremembé, em São Paulo. Ele foi preso na noite desta quinta-feira, 22, pela Polícia Federal (PF) após o STJ aprovar o cumprimento imediato da pena do atleta pelo estupro de uma jovem albanesa, em Milão, no ano de 2013.
O ex-jogador estava na casa onde mora em Guarujá e foi levado até a sede da PF, no centro de Santos, em um carro descaracterizado. Depois de chegar à unidade da corporação, ele deixou a delegacia deitado em um carro e seguiu até o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito. Na sequência, seguiu para a audiência de custódia antes de ser encaminhado ao sistema prisional.
Robinho deve passar nesta sexta-feira, 22, pelo processo de inclusão no presídio e, assim como outros presos, receberá o kit com uniformes e itens pessoais. Ele também deve cortar o cabelo e tirar as fotos para o sistema prisional.
Julgamento e prisão
Robinho foi condenado a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo contra uma mulher albanesa em uma boate de Milão, na Itália, em 2013. A sentença definitiva pelo crime saiu apenas nove anos depois, em janeiro de 2022, pela mais alta instância da Justiça italiana.
Um mandado de prisão internacional foi emitido quase um mês depois, em 16 de fevereiro. Como prova para a decisão foram utilizados áudios gravados a partir de uma escuta instalada em um carro, que flagrou a conversa de Robinho com amigos e confirmou a versão dada pela vítima sobre estupro coletivo.
O jogador se mudou para o Brasil, posteriormente, e um pedido de homologação foi feito pela justiça italiana porque o país não extradita seus cidadãos para cumprir pena no exterior.
A análise da homologação foi feita pela Corte Especial do STJ, colegiado formado por quinzes ministros com mais tempo de atuação no tribunal. Na decisão, o supremo tribunal avaliou se a decisão estrangeira cumpri requisitos estabelecidos pela legislação brasileira e observou as devidas regras do processo.
O STJ expediu um mandado judicial de prisão nesta quinta-feira, 21, a Justiça Federal de Santos. O documento foi assinado pela presidente da Corte, ministra Maria Thereza de Assis Moura.
A defesa de Robinho tentou recorrer a prisão do ex-jogador com o pedido de habeas corpus, que foi negado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).