Gabigol é suspenso por dois anos por tentativa de fraude em exame antidoping

Atacante do Flamengo,Gabigol, é suspenso por dois anos por tentativa de fraude em exame antidoping

Gabigol foi suspenso por dois anos devido a uma fraude no exame antidoping. O julgamento, iniciado na semana passada, foi concluído nesta segunda-feira, 25. A Justiça Desportiva Antidopagem deliberou sobre o caso em uma sessão que durou pouco mais de duas horas. A pena terá início em 8 de abril de 2023, data da coleta realizada no CT do clube, e o jogador ficará impossibilitado de jogar até abril de 2025. Há possibilidade de recurso.

O placar do julgamento foi apertado, com 5 votos a favor da punição do atacante e 4 contra. Gabigol foi acusado de violar o artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que trata da “fraude ou tentativa de fraude em qualquer parte do processo de controle”. De acordo com o código, a condenação pode resultar em suspensão de até quatro anos.

Durante a defesa, foi apresentado o testemunho do bioquímico L.C. Cameron, convocado para discutir os métodos e técnicas de detecção de doping. O depoimento de Cameron foi questionado pelos advogados de Gabriel, pela Procuradoria do tribunal e pelos auditores. Ele afirmou que, do ponto de vista da colheita do resultado, não houve violação.

A denúncia foi feita em dezembro, e a defesa enviada em 26 de janeiro, dentro do prazo estabelecido. Anexos das imagens da câmera de segurança do CT Ninho do Urubu foram incluídos para corroborar a versão do jogador.

Na primeira sessão do julgamento, realizada em 20 de março, Gabigol prestou depoimento por videoconferência, assim como outras sete testemunhas. O tribunal decidiu encerrar a sessão e retomar os debates nesta segunda-feira, também de forma virtual. Um dos argumentos da defesa destacou que o jogador realizou o exame de sangue, considerado mais eficaz.

Gabigol foi representado pela equipe do advogado Bichara Neto, conhecido por defender Paolo Guerrero em caso de doping na Fifa em 2017. O vice-presidente geral e jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, também participou da sessão em defesa do jogador.

Relembre o caso

Gabigol foi acusado de dificultar um exame antidoping, enquadrado no artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, apesar de ter testado negativo. A denúncia citou atraso na realização do exame, descumprimento de instruções e desrespeito à equipe de coleta. 

O incidente ocorreu em 8 de abril de 2023 no Ninho do Urubu. O processo, conhecido como doping surpresa, foi conduzido pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Gabigol recebeu a primeira notificação em 30 de maio. 

Rodrigo Dunshee, vice geral e jurídico do Flamengo, inicialmente defendeu o jogador, seguido pela contratação do advogado Bichara Neto pela equipe do Flamengo para representá-lo.

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Botafogo na Libertadores: Governo Milei aposta em SAFs para modernizar futebol argentino

Título – Botafogo na Libertadores: Governo Milei defende SAFs na Argentina

A final da Libertadores entre Atlético-MG e Botafogo foi um marco para o presidente argentino Javier Milei, que utilizou o título do clube carioca como argumento a favor das Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) no país sul-americano. Em um cenário onde a Associação do Futebol Argentino (AFA) é contra a entrada de capital externo no futebol, Milei destaca o sucesso do Botafogo como um impulso para o novo modelo de gestão.

Desde 2019, apenas dois clubes argentinos disputaram finais da Libertadores, revelando um cenário de predominância dos times brasileiros. Com o River Plate e o Boca Juniors derrotados em edições anteriores, o Atlético-MG e o Botafogo, ambos operando sob o modelo de SAF, protagonizaram a última final. A vitória do Botafogo, representando o sexto título consecutivo do Brasil na competição, reforçou a defesa das SAFs no país vizinho.

A gestão do Botafogo como sociedade anônima desde 2021, seguida pelo Atlético-MG em 2023, trouxe à tona o debate sobre a viabilidade e eficácia desse modelo no futebol argentino. Javier Lanari, subsecretário de imprensa de Javier Milei, destacou o ressurgimento do Botafogo, que, após ser adquirido por um investidor americano e receber um aporte financeiro significativo, se tornou campeão da Libertadores. Esse desempenho positivo enfatizou a importância da modernização na gestão dos clubes.

Apesar da resistência da AFA em permitir a transformação dos clubes em SAFs, alguns defensores desse modelo argumentam que a proibição limita a autonomia das equipes e contribui para o distanciamento financeiro em relação aos clubes brasileiros. José Francisco Manssur, coautor do projeto de lei que criou as SAFs no Brasil, ressalta a necessidade de atualização e adaptação do futebol argentino às tendências globais de gestão esportiva.

Javier Milei, em um decreto de dezembro de 2023, propôs mudanças na Lei Geral de Sociedades da Argentina para permitir a transição das associações esportivas para Sociedades Anônimas. A reação da AFA e da Fifa, que proíbem interferências governamentais nas federações esportivas, evidencia as dificuldades e controvérsias nesse processo de modernização. Ainda assim, Milei persiste em seu objetivo de promover a modernização e a abertura do futebol argentino para investimentos externos.

A reeleição de Claudio Tapia como presidente da AFA em outubro trouxe novos desafios para o avanço das SAFs na Argentina. A falta de concorrência no pleito e as questões legais levantadas pela Inspeção-Geral da Justiça do país indicam um cenário de resistência à mudança. No entanto, a discussão em torno das Sociedades Anônimas de Futebol continua em pauta, alimentando o debate sobre a gestão esportiva e a competitividade dos clubes argentinos no cenário internacional.

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