Maio de 2024 registrou o 12º mês consecutivo com recorde mensal de calor, diz secretário da ONU

Maio de 2024 registrou o 12º mês consecutivo com recorde mensal de calor, diz secretário da ONU

Maio de 2024 entrou para a história como o mês mais quente já registrado no período, marcando o “12º mês consecutivo” com recordes de calor, conforme anunciado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira, 5. Em um discurso especial sobre ação climática no Museu Americano de História Natural, em Nova York, Estados Unidos, ele destacou a gravidade da situação em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

Durante o evento, Guterres comparou o impacto da atividade humana no aquecimento global ao catastrófico evento que resultou na extinção dos dinossauros, enfatizando a urgência de ações efetivas para enfrentar as mudanças climáticas. 

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, existe “80% de probabilidade de que a temperatura anual média supere o nível de 1,5 grau de aumento” em pelo menos um dos próximos cinco anos, indicando a aceleração do aquecimento global.

Diante desses dados alarmantes, o secretário relatou sobre a necessidade de medidas urgentes e eficazes para combater o aquecimento global. O apelo de Guterres por uma ação climática global coordenada ressalta a importância de priorizar a preservação do meio ambiente e combater as mudanças climáticas antes que seja tarde demais. 

Publicidade de combustíveis fósseis 

Ainda durante o discurso o secretário-geral da ONU fez um apelo para que os governos proíbam a publicidade de combustíveis fósseis, seguindo o exemplo de restrições aplicadas a produtos prejudiciais à saúde, como o tabaco. 

Guterres destacou a importância de países adotarem medidas para combater os danos causados pelos combustíveis fósseis, e pediu também para que os meios de comunicação e empresas de tecnologia se abstenham de veicular anúncios dessas empresas.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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