Polícia Federal pede prisão de Marcos do Val; PGR e STF negam

A Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal a prisão do senador Marcos do Val (Podemos-ES). O pedido desencadeou um novo capítulo no embate entre os poderes. A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto, não endossou o pedido da PF, argumentando a falta de elementos suficientes para justificar a medida extrema contra um parlamentar.

O ministro Alexandre de Moraes, que ordenou a apreensão do passaporte e bloqueio das redes sociais do parlamentar no mês passado, seguiu o entendimento da PGR e negou o pedido de prisão preventiva. Segundo a PGR, o pedido da prisão foi negado pois “Não se verifica a presença de fatos ou circunstâncias que apontem a ocorrência ou permanência de riscos que se pretende evitar com a prisão cautelar, ao menos neste estágio”. O documento foi relatado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em manifestação enviada a Moraes no fim de julho.

Marcos do Val é investigado pelo STF sob suspeito de crimes de embaraçamento em investigação, violação de segredo, incitação ao crime e corrupção de menores. De acordo com a PF, o político teria usado as redes sociais para intimidar delegados que atuam nos inquéritos.

Paulo Gonet informou que medidas cautelares seriam o suficiente na investigação e ressaltou que Do Val poderia ser proibido de acessar as redes sociais.

Investigação

Em agosto, Alexandre de Moraes autorizou a apreensão do passaporte e bloqueio das redes sociais de Marcos do Val. A decisão foi tomada em âmbito da investigação que bloqueou R$ 50 milhões das contas do Senador, para o pagamento de dívidas por decisões judiciais não cumpridas. O pedido não foi cumprido pois Moraes recuou e permitiu que o senador acessasse 30% do salário.

Com o bloqueio do dinheiro, o político passou a protestar contra o ministro do STF e informou que está dormindo no Senado pois não possui renda. “Estou vindo aqui com minhas roupas e vou ter que morar no Senado. Não no meu gabinete, porque lá é um local de trabalho. Eu vou achar algum corredor e vou morar aqui, vou deitar e vou dormir até quando perceber que isso foi um pesadelo, que isso não era real”. No entanto, Do Val mora em um imóvel funcional de senador desde 2019, quando foi eleito.

 

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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