Vazio e tensão nas ruas

Ao percorrer por todo o corredor da T-9, o Diário do Estado encontrou apenas um posto funcionando, os outros 3 estavam fechados

O Diário do Estado percorreu por todo o corredor da avenida T-9 para verificar quantos postos de gasolina estavam paralisados sem combustível, dentre os quatros apenas um ainda estava abastecendo, mas o frentista, que preferiu não se identificar, conta que o produto está acabando. Se for para analisar brevemente a conjuntura do nosso país, é claro que estamos passando por um momento de grande tensão social e política. Os discursos conflitantes dos manifestantes se contradizem, quando por exemplo solicitam um pedido de “Intervenção Militar” dentro de um levante popular que paralisou todo o país e despertou a comodidade do brasileiro. Este movimento, que começou de forma autônoma, protestam contra os impostos abusivo mas imploram que estabeleça a “ordem”. A memória histórica da população adoece e falha.  Não queremos os tempos sombrios de 1964. Não, não queremos.

A paralisação dos caminhoneiros completa nesta terça-feira nove dias, e apesar das concessões anunciadas por Michel Temer (PSDB), como a queda do valor do litro do diesel, ainda assim as rodovias continuam paralisadas. Embora o movimento tenha perdido sua força, a maioria da população apoia e aproveitam o alarde do movimento para reivindicar outras pautas para o governo, como por exemplo mais investimentos na área da saúde, educação e segurança. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a volta do abastecimento de etanol, gasolina e diesel deve demorar ao menos uma semana para voltar ao normal. Temer tenta articular um acordo com os manifestantes à todo custo, mas as concessões não atendem o pedido dos trabalhadores e as medidas propostas pelo presidente chega a ser vergonhosas.

O movimento cresceu sem nenhuma base sindicalista, e se moldou de forma autônoma atingindo, de modo horizontal,  a classe trabalhadora em geral. O descontentamento da população com os impostos abusivos provocou um “boom” gerando uma mobilização popular e apoio aos caminhoneiros. Não é só por 46 centavos. O salário mínimo obteve um reajuste abaixo da inflação em 2018, o aumento? “17 reais!” Isso mesmo, o valor de R$ 937 foi para 954,00, oferecendo ao brasileiro um salto quântico no “poder de compra”. É cômico se não fosse trágico, existe um malabarismo orquestrado diariamente por uma família de brasileiros, em cada canto do país, quando vão ao supermercado. O pânico existe quando têm que abdicar de algum alimento para levar o outro mais “importante”.

O arrocho é de ponta a ponta. Neste cenário, o país vai se transformando em um efeito dominó incessante, paralisando vários setores e sendo ignorado por um governo fascista e impopular como o de Temer. É de se temer, Brasil! A prova disso é quando o momento se torna oportuno, para aquele empresário corrupto elevar o valor do gás de cozinha que há dias atrás custava 70 reais, e hoje, chega a bagatela de 200. De acordo com a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) a autuação estão sendo realizadas, por meio de denúncias feitas por consumidores. Alguns estabelecimentos elevaram o preço do gás covardemente e está sendo autuados por meio do Procon. E assim o país segue, em um clima de tensão e medo. A sensação aparentemente, em relação à paralisação, é uma instabilidade no movimento, a preocupação é a resistência deste protesto.

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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