Lei Cidade Limpa completa 18 anos em 2024: falhas de fiscalização comprometem o cumprimento das regras de propaganda em SP

A Lei Cidade Limpa completou 18 anos em setembro de 2024. No entanto, o que deveria ser uma regulamentação das regras sobre propaganda na capital enfrenta falhas de fiscalização, permitindo que comércios descumpram a lei sem punição. A Cidade Limpa regulamenta a publicidade visual na capital paulista e estabelece regras para a instalação de anúncios em locais públicos e privados, com o objetivo de reduzir a poluição visual e promover a gestão dos espaços urbanos.

Quando entrou em vigor, em 1º de janeiro de 2007, na gestão Gilberto Kassab, a multa para quem descumprisse as regras era de R$ 10 mil. Até hoje, o valor nunca foi alterado. Para o professor de arquitetura e urbanismo Valter Caldana, a lei entrou em risco devido à fiscalização falha, o que faz com que a sociedade se acostume com o descumprimento no cotidiano. “São um conjunto de ações que faz com que ela perca o sentido. São os anúncios numa loja aqui, numa lojinha acolá, um conjunto de ações que faz com que as pessoas se acostumem”, afirma.

No caso dos anúncios no mobiliário urbano, só são permitidos aqueles cujos lucros servem para melhorar a vida da população. Nos pontos de ônibus e relógios de rua, por exemplo, é permitida a publicidade, pois os responsáveis são obrigados a cuidar da manutenção dos locais. Entre as determinações, a Lei Cidade Limpa prevê: Anúncios em vias públicas só são permitidos em mobiliários urbanos ou equipamentos autorizados pela prefeitura; A altura das letras de um anúncio não pode ultrapassar 20 centímetros; O avanço máximo de um anúncio sobre a calçada é de 15 centímetros; A placa do anúncio deve estar a uma altura mínima de 2,2 metros do solo; O estabelecimento não pode ter mais de um anúncio indicativo; O anúncio indicativo pode ser colocado em um totem, mas deve estar dentro do terreno do imóvel.; Anúncios na fachada de mercados, por exemplo, não são permitidos, mas são comumente vistos em diversas regiões da capital.

A TV Globo percorreu ruas da capital na última semana e flagrou diversos estabelecimentos que descumprem a lei. Na Avenida Paulista, por exemplo, quase todas as bancas de jornais estão com anúncios, o que não é permitido. Pela lei, elas podem expor apenas produtos vendidos na própria banca. Ainda na região, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, a maioria das lojas está com irregularidades. Uma rede de mercadinhos também vem descumprindo as regras da Cidade Limpa, colocando anúncios de produtos com preços na fachada. Neste caso, seria permitido colocar os anúncios somente dentro do local, sem exposição para ser visto de fora.

Outra questão que prejudica a lei são as concessões na capital. Em tese, quando um ambiente que era público passa a ser administrado por uma empresa, esta companhia tem o direito sobre o espaço que administra e, dependendo do contrato, pode ter a liberdade de decidir como a propaganda pode ser tratada no local. Um dos exemplos é o Parque Ibirapuera, administrado pela Urbia. Muitas das publicidades colocadas no parque não foram aprovadas pela Comissão de Proteção da Paisagem Urbana, como exige a lei. Procurada pela TV Globo, a Urbia, que administra o parque, diz que respeita as diretrizes da Lei Cidade Limpa e que as publicidades colocadas no local estão previstas no contrato de concessão.

Por fim, a Prefeitura de São Paulo informou que cerca de 500 agentes fiscalizam diariamente as irregularidades nas propagandas e que, no ano passado, R$ 4 milhões foram aplicados em multas. No entanto, a fiscalização falha, as concessões e os comércios descumprindo regras colocam em xeque a eficácia da Lei Cidade Limpa. A falta de punição adequada pode levar ao aumento do desrespeito às normas, impactando diretamente na poluição visual da cidade e no ordenamento do espaço urbano. É necessário um esforço conjunto entre poder público, empresas e sociedade para garantir o cumprimento e a efetividade dessa importante legislação.

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Destroços de avião retirados do mar em Ubatuba após explosão; caso investigado pela polícia e pela FAB

Destroços de avião que explodiu são retirados do mar em Ubatuba; caso é investigado pela polícia e pela FAB

Piloto da aeronave morreu. Casal e duas crianças foram retirados da aeronave com vida e levados para o hospital.

A operação de retirada dos destroços do avião que explodiu em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, foi realizada na noite desta quinta-feira (9). O acidente matou o piloto e deixou cinco pessoas feridas, sendo quatro ocupantes do avião e um pedestre que passava pela orla da praia no momento da explosão – saiba mais abaixo.

Com o auxílio de um guindaste e retroescavadeiras, os agentes recolheram toda a estrutura que ficou espalhada pelo mar e na faixa de areia da praia.

A operação foi acompanhada por agentes da Polícia Civil, da Polícia Militar, do aeroporto local e da Força Aérea Brasileira.

Os destroços serão levados para uma base do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) em São Paulo. O órgão, responsável pela apuração das causas do desastre, prevê apresentar um relatório preliminar sobre as causas do acidente em 30 dias.

Além do Cenipa, a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo também vão atuar na investigação do acidente – confira mais detalhes sobre a investigação abaixo.

A Força Aérea Brasileira, a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo abriram investigações sobre o acidente com um avião com cinco pessoas que ultrapassou a pista do aeroporto e explodiu na manhã desta quinta-feira (9) na Praia do Cruzeiro, em Ubatuba (SP).

O piloto morreu. Os quatro passageiros, um casal e dois filhos, foram resgatados com vida. Um vídeo mostra a aeronave saindo do aeródromo, cruzando a pista que margeia a praia e chegando à faixa de areia em chamas.

Ao menos três órgãos vão apurar as causas do acidente. A Polícia Civil de São Paulo registrou um boletim de ocorrência sobre o caso e vai investigar possíveis responsabilidades criminais.

O Ministério Público de São Paulo informou que fará uma apuração das circunstâncias com “objetivo de analisar fatos e apontar eventuais responsabilidades, além de verificar a regularidade da aeronave e do Aeroporto de Ubatuba”.

A promotoria pediu informações preliminares à Prefeitura, à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que o Cenipa foi acionado para a ocorrência e que, na ação inicial, são utilizadas técnicas específicas para realização de coleta e confirmação de dados, preservação dos elementos, verificação inicial de danos na aeronave, entre outras informações.

Cinco pessoas estavam na aeronave: O piloto, Paulo Seghetto, era Goiânia. Ele morreu depois de ser retirado das ferragens em parada cardiorrespiratória e passar por tentativa de reanimação. Um casal e duas crianças (sobreviventes): ocupantes são Mireylle Fries, de 41 anos, o marido dela, Bruno Almeida Souza, de 41, e os dois filhos, de 4 e 6 anos. Segundo Karoline Magalhães, capitão do Corpo de Bombeiros, os quatro foram retirados com vida do avião e levados conscientes e estabilizados para o hospital.

O número de pessoas feridas fora do avião não estava claro até a última atualização desta reportagem: A capitã dos bombeiros Karoline Magalhães afirmou em entrevista à GloboNews que uma pessoa que estava na orla da praia foi socorrida pelo Samu com uma fratura. A informação é a mesma divulgada pela Secretaria de Segurança Pública e pela Prefeitura de Ubatuba. A concessionária Rede VOA, que administra o aeroporto de Ubatuba, informou que o acidente atingiu uma mulher na orla e uma criança, que sobreviveram.

O Cessna Citation que se acidentou precisaria de mais pista do que a disponível no aeroporto de Ubatuba para pousar em segurança, apontam dados da fabricante da aeronave e do próprio aeroporto. O aeroporto de Ubatuba tem uma pista curta, de apenas 940 m. O Cessna 525 precisa de 789 m para pouso, segundo o site da fabricante. A Rede VOA informou que as condições climáticas eram ruins e a pista estava molhada. Segundo a operadora do terminal aéreo, o avião havia saído do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás, e tentou pousar no município do litoral paulista.

Segundo o Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar), a aeronave passou pelo que é chamado de excursão de pista, quando o avião sai da pista no momento do pouso ou da decolagem. A aeronave, com matrícula PR-GFS, modelo 525, foi fabricado em 2008 pela empresa Cessna Aircraft. Ela tem capacidade para sete passageiros, além de dois pilotos. Lembre-se de que este conteúdo é protegido por direitos autorais.

Apesar do acidente terrível, relatos de testemunhas oferecem um vislumbre angustiante do que aconteceu. Um carro que passava pela orla quase foi atingido pelo avião. Em entrevista ao Jornal Hoje, a motorista do carro contou que precisou desviar e subir em uma calçada, para impedir que as chamas da explosão atingissem o veículo. Também o piloto Paulo Seguetto morreu em consequência do acidente com o avião.

O modelo Cessna Citation 525 requer apenas um tripulante para a operação. A aeronave é definida pela fabricante, a Cessna, como tendo capacidade para sete passageiros e dois tripulantes. O Cessna Citation 525 tem dimensões consideráveis, com 13 metros de comprimento e 4,2 metros de altura. Além disso, a velocidade máxima da aeronave é de 748 km/h e a autonomia é de 2.871 km. Apesar do peso máximo para decolagem ser de 4.853 kg, ainda não se sabe em que condições precisas o avião estava voando antes do acidente.

Os destroços da aeronave serão objeto de uma análise rigorosa por parte dos órgãos competentes para a investigação do acidente. A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público conduzirão a apuração das causas do desastre, além do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Fica claro que o acidente com o avião em Ubatuba gerou comoção e preocupação nas testemunhas locais e autoridades responsáveis pela investigação. A segurança dos voos, a manutenção das aeronaves e a capacitação dos pilotos são fatores fundamentais para evitar tragédias como essa no futuro. Apenas um trabalho minucioso de investigação poderá esclarecer todas as circunstâncias que levaram a esse terrível acidente.

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