Nova Lei em NY Protege Profissionais da Moda: Entenda o Impacto

Lei sancionada em NY protege profissionais da moda. Entenda o que muda

Legislação entra em vigor no estado norte-americano em junho e contempla
modelos, criadores de conteúdo e outras carreiras

Modelos e outros profissionais da moda no estado de Nova York, nos Estados
Unidos, terão algumas proteções trabalhistas garantidas por lei a partir de
junho. O chamado Fashion Workers Act, defendido pela organização Model Alliance, estava em andamento desde 2022 e foi sancionado pela governadora Kathy Hochul em dezembro. As novidades abrangem contratos de criativos por agências ou empresas de gestão. Agora, essas companhias deverão ser registradas no estado e passam a ser reguladas pela nova legislação.

Na prática, o que muda a partir de agora? A seguir, a coluna explica os tópicos que vão desde assédio a inteligência artificial. Vem conferir!

NOVAS GARANTIAS

As medidas do Fashion Workers Act visam combater práticas de assédio, condições de trabalho insalubres e discriminação, além de maior transparência nos contratos, que agora podem ser acessados diretamente pelos modelos. A lei garante que os pagamentos aos profissionais sejam feitos em até 45 dias após a realização dos trabalhos.

As agências, que até então operavam no estado de NY sem supervisão, também ficam proibidas de cobrar taxas ou comissões excessivas e de punir os agenciados por registrarem reclamações relacionadas ao trabalho. O registro das agências e empresas de gestão é uma forma de evitar que aspirantes a modelos, pela inexperiência, caiam em golpes de falsos agentes, principalmente pelas redes sociais, onde a prática é comum.

Diante do avanço da inteligência artificial no contexto atual, haverá também regras para a criação e o uso de réplicas digitais de modelos. Isso ocorrerá somente com consentimento escrito, que deverá ter a descrição da finalidade, a duração, entre outros pontos importantes para assegurar o controle dos profissionais sobre a própria imagem.

ANTECEDENTES E ATIVISMO

À frente de diversas ações pela aprovação do Fashion Workers Act, a Model Alliance realizou um comício um dia antes do Met Gala — um dos eventos internacionais mais importantes para a moda — com a presença de modelos em maio de 2024, no Metropolitan Museum of Art, onde o baile é realizado anualmente.

Aprovado em junho pela Assembleia e o Senado do Estado de Nova York, o projeto tinha até 24 de dezembro para receber a assinatura da governadora e se tornar lei. A ação ganhou o apoio de grandes players da indústria, que somaram assinaturas em uma carta aberta a Kathy Hochul defendendo a sanção do projeto.

“Ao ver de perto a maneira como o enorme desequilíbrio de poder entre modelos e suas agências de gestão levou diretamente ao abuso sexual”, destacou em comunicado a modelo e ativista Sara Ziff, fundadora e diretora-executiva da Model Alliance. “Quando comecei a falar e a organizar meus colegas, fui tratada como uma pária. Tínhamos muito sexismo estrutural para superar, mas eu sabia que estávamos certos e que nossas preocupações eram legítimas.”

QUEM SE BENEFICIA

Além de modelos, a legislação vale para freelancers, artistas de beleza e criadores de conteúdo de moda, entre outros cargos criativos. Muitas vezes, esses profissionais são jovens em suas primeiras experiências profissionais, que, pela falta de conhecimento sobre os bastidores do ramo, podem acabar se submetendo a práticas abusivas. Com a nova lei, a expectativa é que haja um equilíbrio nas relações de trabalho e no poder das empresas sobre os agenciados.

Só no estado de Nova York, a indústria da moda emprega cerca de 180 mil funcionários, que somam, em salários anuais, quase US$ 11 bilhões, conforme dados citados pelo site WWD. A Semana de Moda de Nova York, um evento semestral, gera uma receita anual de US$ 600 milhões. Será que a novidade vai incentivar cidades, estados e países a tomarem medidas parecidas?

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Ataque a tiros em assentamento do MST foi motivado por briga interna, diz polícia

O MST: ataque a tiros não teve relação com o movimento, diz polícia

Delegado responsável pela investigação afirma que motivação do ataque a
assentamento foi uma briga interna envolvendo a venda de um lote

São Paulo — Um dos delegados responsáveis pela investigação sobre o ataque a
tiros em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
em Tremembé, no interior de São Paulo, afirmou que o crime não teve relação com
o movimento e que a motivação teria sido um desentendimento interno. Até o final
deste sábado (11/1), duas mortes haviam sido confirmadas. Seis pessoas ficaram
feridas.

De acordo com o delegado Marcos Ricardo Parra, da Delegacia Seccional de
Taubaté, os tiros ocorreram após um confronto motivado por um desentendimento
envolvendo a negociação de um lote dentro do assentamento.

“Se desentenderam com uma questão local, nada relacionado com o movimento ou com
invasão e de defesa de terra. A intenção do grupo não era tomar posse. Era uma
cobrança no sentido de que [alguma] pessoa não estava aceitando a negociação.
Foi uma desinteligência totalmente fora de controle por motivos internos da
organização do assentamento”, afirmou o delegado em coletiva de imprensa neste
sábado.

Um homem de 41 anos suspeito de ser o mentor do ataque foi preso
na tarde deste sábado (11/1) pela Polícia Civil de São Paulo.
Trata-se de Antonio Martins dos Santos Filho. Com apelido de “Nero do Piseiro”, ele já tinha uma condenação por porte
ilegal de arma de fogo.

Ainda de acordo com o polícia, Nero confessou o crime e está colaborando com a
investigação para a localização dos demais envolvidos “Ele está indicando onde
podem ser encontradas as demais pessoas. Além de ter confessado, ele foi
reconhecido por algumas vítimas e testemunhas”, afirmou.

A Polícia Civil já identificou pelo menos mais um participante do ataque. Outros
nomes estão sendo investigados.

O QUE ACONTECEU:

– Segundo o MST, homens armados teriam invadido o assentamento Olga Benário por
volta das 23h dessa sexta-feira (10/1).
– No momento do ataque, 10 pessoas, entre crianças e idosos, estavam no local.
Duas morreram e seis ficaram feridas.
– Os mortos foram identificados como Valdir do Nascimento, conhecido como
“Valdirzão”, 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28.
– Outros dois feridos foram internados em estado grave. Ministros do governo
Lula (PT) lamentaram o episódio e cobraram punição aos envolvidos.
– Em ligação, Lula expressou solidariedade às vítimas e prometeu uma visita à
região.
– O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou um ofício à Polícia
Federal (PF), neste sábado (11/1), determinando a abertura de um inquérito
para apurar o ataque.
– De acordo com o MJSP, uma equipe da PF, composta por agentes, perito e
papiloscopista, se deslocou ao local do ataque para investigar a ação.

LIGAÇÃO

O MST informou que o presidente Lula ligou para a direção nacional do grupo e
expressou solidariedade às famílias das vítimas. Ainda segundo o movimento, o
titular do Planalto deve visitar a região assim que puder voltar a viajar de
avião. Ele ainda se recupera de uma cirurgia na cabeça.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e o ministro do Desenvolvimento
Agrário, Paulo Teixeira, vão a Tremembé, entre este sábado (11/1) e domingo
(12/1), para acompanhar a investigação.

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