A empresa Vibra enfrenta dificuldades no mercado de diesel devido à atuação fraudulenta de empresas que não estão realizando a mistura obrigatória de 14% de biodiesel em seus produtos. O CEO da Vibra, Ernesto Pousada, destacou que esse problema afetou os resultados do quarto trimestre e continuou nos primeiros meses do ano. Segundo o vice-presidente executivo de Finanças, Augusto Ribeiro Júnior, a falta de mistura do biodiesel por parte de algumas distribuidoras prejudicou as margens da companhia, em um cenário em que o biocombustível está mais caro que o diesel.
Um estudo realizado pelo Instituto Combustível Legal (ICL) revelou que os fraudadores que não realizam a mistura de biodiesel conseguem um ganho estimado em R$0,37 por litro em mercados como São Paulo e Paraná. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já autuou e interditou cautelarmente três distribuidoras de combustíveis por fraudes no cumprimento da obrigatoriedade da mistura. Essas questões surgem em um momento em que o governo brasileiro suspendeu o aumento da mistura de biodiesel para 15% devido a questões relacionadas ao custo dos alimentos, já que o óleo de soja é a principal matéria-prima do biocombustível.
Para combater as fraudes e melhorar a rentabilidade, a empresa Vibra está adotando medidas como a redução de despesas e a otimização do capital de giro. Os executivos da companhia afirmam que a rentabilidade no primeiro trimestre está acima do quarto trimestre, que foi impactado por questões como maior oferta de combustíveis e demanda do agronegócio abaixo do esperado. A expectativa é de alcançar novos recordes de Ebitda e acelerar a desalavancagem ao longo do ano de 2025.
Ernesto Pousada ressalta a importância de reduzir custos e manter o foco na rentabilidade, especialmente diante de um cenário de custos mais altos de capital, devido à alta de juros. Ele enfatiza que a empresa estará focada em ações que estão sob seu controle para garantir resultados positivos, em meio a um mercado fortemente ligado à economia. A Vibra continuará trabalhando para melhorar as margens e a participação de mercado no setor de etanol, aproveitando as mudanças tributárias e as oportunidades de crescimento.