O ministro Alexandre de Moraes enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) as defesas de Jair Bolsonaro, Walter Souza Braga Netto e outros 21 acusados em uma denúncia sobre uma suposta tentativa de golpe. A PGR terá cinco dias para analisar essas manifestações.
A defesa de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro, classificou a denúncia como “ilógica e fantasiosa”. Os advogados afirmam que a peça da PGR se assemelha a “um filme ruim e sem sentido”, com “furos no roteiro que desafiam qualquer lógica”. Eles sustentam que a denúncia apresenta absurdos, como o plano de prisão de uma pessoa já falecida.
Acusações
A acusação menciona uma reunião na casa de Braga Netto em novembro de 2022, onde o plano “Punhal Verde e Amarelo” foi discutido, visando a prisão do ministro Alexandre de Moraes e os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.
Os depoimentos dos ex-comandantes da Aeronáutica e do Exército, Carlos Baptista Junior e Marco Antonio Freire Gomes, comprometem Braga Netto. Baptista Junior demonstrou preocupação com a presença de Braga Netto ao lado de Bolsonaro durante um discurso no Palácio da Alvorada, interpretando isso como continuidade nas tentativas de ruptura institucional.
Por fim, a defesa de Braga Netto afirma não ter tido acesso ao material bruto usado pela Polícia Federal no inquérito, o que impede uma análise justa das provas. Eles também questionam a validade da delação de Mauro Cid, alegando que o acordo de colaboração foi feito sob coação.