Crime da 113 Sul: STJ suspende julgamento sobre prisão de Adriana Villela, condenada por assassinato. Ministro pede vista.

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Crime da 113 Sul: ministro pede vista, e julgamento sobre prisão de Adriana
Villela é suspenso

Arquiteta foi condenada em 2019 por matar pais e empregada da família. Relator
Rogério Schietti propôs prisão imediata, mas ministro Sebastião Reis pediu
vista.

1 de 3 Adriana Villela em entrevista para a série documental “Crime da 113 Sul”,
do Globoplay — Foto: Globo/ Divulgação

Adriana Villela em entrevista para a série documental “Crime da 113 Sul”, do
Globoplay — Foto: Globo/ Divulgação

O ministro do STJ Rogério Schietti, relator do recurso que pede a nulidade da
condenação pelo Tribunal do Júri, propôs a prisão imediata de Adriana Villela,
durante julgamento na tarde desta terça-feira (11). Após o pedido de vista pelo ministro Sebastião Reis, a sessão foi suspensa.

Adriana Villela foi condenada em 2019 pelo Tribunal do Júri a 67 anos e 6 meses de reclusão pelo assassinato do pai, o
ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe,
Maria Villela; e da empregada da família Francisca Nascimento.

Segundo o relator, a defesa não demonstrou que a decisão do júri é
“manifestamente contrária às provas dos autos”.

> “Eu não vejo qualquer possibilidade de rever o mérito tanto da soberana
> decisão dos jurados, que compuseram o conselho de sentença do julgamento”,
> disse o ministro Schietti.

O prazo para devolução de um pedido de vista no STJ é de 60 dias, prorrogável
por mais 30 dias.

Adriana não participou do julgamento. A filha dela, Carolina Villela Perche,
acompanhou a sessão presencialmente.

2 de 3 Carolina Villela, filha de Adriana Villela. — Foto: TV Globo / Reprodução

Carolina Villela, filha de Adriana Villela. — Foto: TV Globo / Reprodução

O JULGAMENTO

3 de 3 Crime da 113 Sul: STJ julga pedido de prisão de Adriana Villela — Foto:
Reprodução

Crime da 113 Sul: STJ julga pedido de prisão de Adriana Villela — Foto:
Reprodução

O julgamento começou por volta das 14h com a sustentação oral da defesa de
Adriana Villela, com o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, que
destacou três supostas nulidades:

* uma jurada que participou do júri, em 2019, mantinha um perfil nas redes
sociais com críticas ao advogado Kakay, mas teria mentido ao dizer que não
tinha conta nas redes. Para a defesa, ela tinha interesse em participar do
julgamento para prejudicar a defesa;
* os advogados se queixam de só ter tido acesso a vídeos dos depoimentos dos
executores do crime, gravados na delegacia, no final do júri, o que
configuraria cerceamento de defesa;
* um laudo feito por papiloscopistas com a datação de uma impressão digital de
Adriana, que teria provado a presença dela na cena do crime, não tem validade
científica, na visão da defesa.

Em seguida, o promotor Marcelo Leite fez sua sustentação oral e defendeu que o
recurso de Adriana não deve ser aceito porque, anteriormente, o STJ já decidiu
que a ré deveria ser julgada pelo Tribunal do Júri.

Em seguida, o promotor leu trechos de uma carta da mãe de Adriana, a vítima
Maria Villela, revelando uma situação de conflito entre as duas. Para a
acusação, Adriana mandou matar os pais para ficar com a herança.

Depois começou o voto do relator do processo, ministro Rogério Schietti.

O que disse o relator

O magistrado afirmou que houve erros e desvios éticos na investigação do caso, o
que comprometeu algumas provas. No entanto, disse que, apesar dos problemas no
sistema, o julgamento seguiu de acordo com a legislação.

A defesa de Adriana Villela pediu a nulidade do julgamento com base em uma
postagem feita por uma das juradas, contra Adriana Villela. Mas o relator
entendeu que essa nulidade deveria ter sido apontada antes.

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