Quem é o empresário condenado por golpes imobiliários que voltou a ser preso pelo mesmo crime após cumprir pena em SP
Rogério Luis Stoque era dono de imobiliária em Americana e estava em regime aberto. Na terça, ele foi preso após investigação da Polícia Civil de São José do Rio Preto.
Rogério Luis Stoque, de 43 anos, era dono de uma imobiliária em Americana (SP) e, em 2024, foi condenado por estelionato e associação criminosa, mas conseguiu cumprir a pena em regime aberto. Ele foi preso novamente nesta terça-feira (15) em Americana (SP), suspeito de aplicar novos golpes. Segundo investigações da polícia, ele se passava por corretor de imóveis e vendia casas sem a autorização dos proprietários. Ou seja, as pessoas pagavam por uma unidade que nem estava à venda.
O advogado do empresário, Demétrio Orfali Filho afirmou, em nota, que a prisão preventiva foi fundamentada “no histórico de Rogério, e não nos fatos concretos do caso”. Ele ainda disse que os fatos não configuram prática de crime, mas um “mero desacordo de natureza comercial, que jamais poderia justificar uma medida extrema como a prisão cautelar”.
Rogério é pai de seis filhos, sendo um deles uma bebê, fruto do relacionamento com a recente companheira. As informações são do advogado de defesa. Confira abaixo o histórico do estelionatário. Em 2024, quando ele foi condenado pela primeira vez, Rogério é empresário do ramo imobiliário há 20 anos e possuiria duas empresas, sendo uma delas a Brasil Imobiliária, alvo das investigações. De acordo com as investigações, ele atuava vendendo imóveis e terrenos de cidades da região de Campinas e chegou a ter dois sócios, que também foram condenados no ano passado.
Em fevereiro de 2024, Rogério foi preso, suspeito de aplicar golpes. Após concessão de liberdade provisória, foi preso novamente em março do mesmo ano. Em julho de 2024, o empresário foi condenado por crime de estelionato e associação criminosa, com pena de dois anos e cinco meses de prisão, inicialmente em regime fechado. A decisão foi do juiz André Carlos de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Americana. No fim do ano passado, Rogério conseguiu a concessão para cumprir a pena em regime aberto. Segundo novas investigações da Polícia Civil de São José do Rio Preto, Rogério continuou aplicando golpes da mesma forma de antes, o que fez com que um novo mandado de prisão fosse expedido contra ele. Em 15 de julho de 2025, Rogério foi preso em Americana (SP) e encaminhado para a cadeia de Sumaré (SP).
Rogério se apresentava como corretor e negociava imóveis dos quais não era proprietário. Ele enganava interessados na compra, que chegavam a pagar valor de entrada. O golpe acabava sendo descoberto no momento dos contratos de transferência dos imóveis. Um dos clientes suspeitou da postura de Rogério e chegou a procurar a polícia para fazer a denúncia. De acordo com a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Rogério teria pedido um carro como parte do pagamento. Após suspeitar do pedido, o cliente decidiu procurar o proprietário do imóvel por meio do registro em cartório. Ao ser contatado, o verdadeiro dono do imóvel disse não saber nada sobre a transação e que o valor repassado ao homem estava bem abaixo das pretensões dele. Quando Rogério foi condenado em 2024, o juiz André Carlos de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Americana, afirmou: “O grau de envolvimento dos acusados provocaram efeito social e para as vítimas gravosos. Demonstram personalidade voltada à criminalidade, visando em especial motivação abjeta, que é o enriquecimento em detrimento alheio.”