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Exclusivo: Trindade um mês sem padre Robson, para moradores padre deve assumir a culpa

Última atualização 22/09/2020 | 12:26

Recentemente, um escândalo ocorrido na cidade de Trindade ganhou repercussão nacional. Os desvios de doações de fiéis envolvendo o padre Robson de Oliveira foi motivo para um verdadeiro abalo na cidade, que envolveu até o Vaticano. Nesta segunda-feira, 21, a Operação Vendilhões completa um mês.

A partir da operação deflagrada pelo Ministério Público e que investiga os crimes de associação criminosa, desvio de dinheiro, apropriação indébita, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos, o pároco foi afastado da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade. Além disso, ele foi retirado da presidência da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que recebia o dinheiro dos fiéis. Segundo as investigações, a entidade chegava a receber R$ 20 milhões por mês, em doações.

Uma apuração realizada pelo Diário do Estado esclareceu que cerca de 200 pessoas, divididas em três turnos, trabalham no call center da Afipe para a venda de produtos, orientações sobre doações e atendimento à pedidos de orações. Parte do dinheiro arrecadado deveria ser usado para a construção da nova Basílica.

Entretanto, cerca de R$ 120 milhões teriam sido desviados. Entre os bens comprados com o valor estão um avião, uma casa na praia em Guarajuba, na Bahia, empresas de rádio e mais de 50 fazendas. Enquanto isso, em Trindade, os fiéis não concordam com as atitudes tomadas pelo padre.

Para a aposentada Regina Alcântara, de 74 anos, o pároco deve assumir a culpa pelos crimes. “Ele tinha que ter investido na nova igreja, porque a construção está parada há muito tempo. Não tem como sair dessa culpa, ele tem que assumir”, afirma a aposentada.

Obra do Santuário Basílica de Trindade

A professora Nide Morais, de 49 anos, católica e moradora de Trindade há 44 anos, acredita que o Padre Robson aproveitava da boa vontade dos fiéis. “Acho que ele gostava dos fiéis, mas aproveitava da boa vontade de cada um. O padre pode ter ajudado a levar a palavra do Divino Pai Eterno para muito longe, mas para mim não vai mudar nada. Minha fé está no Divino Pai Eterno e não nele”, explica.

Para Regina Alcântara, que costumava frequentar as missas celebradas pelo padre Robson, mesmo se assumir a culpa pelos crimes, ele deve ser perdoado. “Ele é ser humano como a gente e erra também”, comenta a aposentada.  O religioso, que ainda não foi ouvido pelos promotores, sempre negou qualquer irregularidade. O Ministério Público não divulgou o balanço das ações feitas pela Operação Vendilhões no último mês.

 

Taissa Gracik

 

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