Flordelis é afastada do cargo de deputada enquanto espera julgamento da morte do marido

Por decisão unânime nesta terça-feira, 23, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou a deputada federal Flordelis dos Santos, do PSD, do mandato que ocupava na Câmara Federal.

Os desembargadores analisaram se a parlamentar, que é pastora, poderia continuar no cargo enquanto espera o julgamento em que é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o também pastor Anderson do Carmo.

O relator do processo, o desembargador Celso Ferreira Filho, votou a favor do afastamento de Flordelis, e foi seguido pela mesa votante, ao argumentar que há situações concretas que demonstram que atos da deputada poderiam atrapalhar a “busca pela verdade” no processo.

Esta decisão vale pelo período de 12 meses completos, ou até o término da instrução criminal do caso Anderson do Carmo, e agora deve passar pela Câmara dos Deputados, que precisam aprovar ou desaprovar o afastamento determinado pelos desembargadores de Justiça. Depois da fase junto ao parlamento, Flordelis ainda tem recurso a ser recorrido no próprio Tribunal de Justiça do Rio.

Imagem: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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