Um documento enviado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na última sexta (16), causou revolta entre os governadores. O documento estabelecia um prazo de até cinco dias para o esclarecimento de questões relacionadas a hospitais de camapanha, que foram instalados no ano passado em vários municípios para atender a doentes da Covid-19. Além disso, a PGR exigia que os governadores assinassem pessoalmente a resposta.
Os governadores interpretaram o documento como uma tentativa de intimidação. Uma das questões foi particularmente considerada “escandalosa”, em que a PGR quer saber porque os governadores “entenderam que ocorreu o fim da pandemia de Covid-19 entre setembro e outubro de 2020, com a consequente desativação dos referidos hospitais [de campanha], bem como o prejuízo causado ao erário, não só em relação às vidas com a falta atual de leitos como o decorrente da verba mal utilizada”.
Segundo os governadores, quem anunciou o fim da pandemia foi o presidente Jair Bolsonaro, que, em dezembro do ano passado, afirmou que o país vivia o “finalzinho” da crise. Para os governadores, a PGR está fazendo um trabalho para atender o Palácio do Planalto, logo depois da criação de uma CPI da Covid no Senado.