Tóquio entra em estado de emergência a três meses dos Jogos Olímpicos

Japão decidiu voltar ao estado de emergência a partir desse domingo até o dia 11 de maio por conto do aumento de casos da Covid-19. Há exatos três meses do início dos Jogos Olímpicos, os distritos Osaka, Kyoto e Hyogo vivem uma situação de incerteza.

Por enquanto, a decisão vai permitir que as autoridades encerrem temporariamente as atividades em restaurantes, bares e centros comerciais com área superior a mil metros quadrados, seguindo plano elaborado pelo governo.

Os eventos deverão ser realizados sem público e o governo poderá solicitar às autoridades locais que considerem o fechamento de locais públicos, como parques, e que solicitem aos restaurantes que evitem servir bebidas alcoólicas.

“Hoje (sexta-feira) decidimos declarar um estado de emergência nos distritos de Tóquio, Kyoto, Osaka e Hyogo”, afirmou o primeiro ministro Yoshihide Suga, ressaltando o aumento de contágios devido às novas variantes do vírus. “Temos uma forte sensação de crise”, disse o ministro japonês encarregado da luta contra a pandemia, Yasutoshi Nishimura.

Pela primeira vez desde 22 de janeiro, as autoridades de saúde detectam há vários dias seguidos mais de cinco mil novos casos do novo coronavírus em todo o país. De acordo com um painel de especialistas do Ministério da Saúde, as variantes são responsáveis por cerca de 80% das infecções nos distritos de Osaka e Hyogo, bem como por uma parcela de casos em rápido crescimento em Tóquio.

Além de um significativo aumento de casos de infecção, sobretudo nas grandes cidades, o Japão tem tido problemas com uma campanha de vacinação lenta comparada com outros países da mesma dimensão. Suga afirmou mais uma vez que a medida de controle da Covid-19 não vai ter impacto nos Jogos Olímpicos. “Não acredito que vá afetar as Olimpíadas. Como governo, nós pretendemos dar tudo de nós para garantir a segurança e a saúde nos Jogos”, comentou.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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