De vez em quando (não pouco frequente), o Brasil acorda com a notícia de que algum grande político foi preso alvo de alguma investigação. Esta terça-feira, 22, é mais um destes dias insanos nas redações dos jornais: é que Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro pelo Republicanos, foi preso no começo da manhã.
O contexto é uma operação do Ministério Público do Rio que investiga o suposto “QG da Propina” na prefeitura da capital carioca. O esquema, de acordo com as investigações, funcionava assim: empresas que quisessem fechar contratos com o município entregariam cheques a Rafael Alves (que também foi preso). Ele é irmão de Marcelo Alves, então presidente da Riotur.
A Lava Jato tem a ver com tudo hoje: a investigação começou por conta da delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, em maio de 2018. Crivella negou tudo durante as eleições municipais contra Eduardo Paes, do DEM, e mesmo assim foi derrotado nas urnas e não se reelegeu.
Para piorar a situação do político, durante operação de busca e apreensão, o delegado acabou atendendo o telefone de Rafael, e ao que indica, identificou a voz como sendo do próprio Crivella: “Alô, bom dia, Rafael. Está tendo uma busca e apreensão na Riotur? Você está sabendo?”.
O delegado Fernando Moraes também foi detido, e o ex-senador Eduardo Lopes foi buscado em casa, mas não encontrado. Há dez dias do fim do mandato, deve assumir a prefeitura o presidente da Câmara Municipal, Jorge Felippe, do DEM.
Imagem: Estadão Conteúdo