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Abraço marca o Dia da Consciência Negra em Goiânia

“É importante mostrar aos alunos que vivemos em um país laico e cheio de diversidade. Nós precisamos saber como tudo isso foi feito e por quem. Temos que saber mais sobre as nossas origens”

O Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro em todo o território nacional, faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares. Ele, juntamente com a guerreira Dandara dos Palmares, lutou para preservar o modo de vida africano dos negros escravizados que conseguiram fugir da escravidão. Em reconhecimento à essa luta, ocorreu nesta terça-feira (20), a 18º edição do Abraço Negro de Goiânia 2018, projeto de responsabilidade do Movimento Negro Unificado (MNU) em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (SINTEGO). O evento iniciou às 9 horas da manhã no Centro Cultural Cora Coralina e o Teatro Goiânia, no Centro de Goiânia.

De acordo com o Sintego, além de ativistas, mais de 500 estudantes participaram da ação. “Nós levamos essas experiências e ações de combate ao racismo para as escolas de Goiás durante todo o mês de novembro e realizamos no Dia da Consciência Negra esse abraço simbólico com a intenção de mostrar a nossa luta para o reconhecimento da história dos negros para a construção do país”, disse Ieda Leal, coordenadora nacional do MNU.

Ieda diz que é muito importante registrar a luta contra o racismo porque a sociedade não é homogênea, mas diversa. Por isso, uma das linhas de ação do movimento é envolver as instituições de ensino para realizar trabalhos de conscientização dos alunos e professores sobre as contribuições dos negros para o país. “A expectativa para o Brasil é de viver dias muito ruins por causa do preconceito. Diante da lei nós somos iguais, mas vivemos uma diversidade cultural, religiosa, étnica. Quem desrespeita um negro, desrespeita a lei. Fere a dignidade da pessoa. Existe uma população diversa no Brasil e ela precisa ser respeitada”, declara.

Durante todo o mês de novembro, o movimento negro também leva até os trabalhadores da educação orientações sobre como combater o racismo nas escolas. De acordo com Ieda, dentre as atividades sugeridas às unidades de ensino, estão as oficinas de instrução onde são realizados diálogos com pais e professores, trabalhos de pesquisa para os alunos e a prática da capoeira. “É importante mostrar aos alunos que vivemos em um país laico e cheio de diversidade. Nós precisamos saber como tudo isso foi feito e por quem. Temos que saber mais sobre as nossas origens”, ressalta.