A Polícia Civil identificou o autor da conta acusado de racismo após reclamar da cor do entregador de comida. Segundo as investigações, um garoto de 15 anos é o dono do perfil. A advogada confirma, mas defende que ele teve os dados clonados e o comentário enviado ao estabelecimento onde foi encomendado um açaí não foi do adolescente.
De acordo com a advogada Fabiana Castro, o cliente é vítima de golpistas da internet. “Ele não mandou aquela mensagem. Nós descobrimos que teve o perfil clonado porque, no histórico de compras, tem registros de compras feitas em Aracaju (SE), Penedo (AL), locais onde ele nunca foi”, defende. Ela afirma que a família está sendo alvo de ameaças.
O rapaz foi já ouvido na delegacia e liberado em seguida. O entregador alvo de racismo, Ceiton Cruvinel, deve prestar depoimento nesta segunda (24). O Ifood informa que abriu um processo de investigação interno para tomar as devidas providências. O caso será apurado pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri).
Ontem, sexta (21), entregadores de aplicativo protestaram em frente ao condomínio na Vila Alpes em que ocorreu a prática de racismo. Eles se manifestaram em solidariedade a Cleiton após o cliente que pediu a entrega ter enviado uma mensagem para saber a localização do entregador já que não queria que o interfone fosse tocado e ainda avaliou mal o local pelo serviço ter sido feito por um “entregador negro”.
“O rapaz desceu e senti que ele me olhou indiferente. Quando voltei para a lanchonete vi o comentário no aplicativo. E olha que não sou negro, mas estava de máscara. Muito constrangedor. Estou abalado”, relembra Cleiton.