Advogada suspeita de envenenar ex-sogro e a mãe dele é indiciada por nova tentativa de homicídio

O inquérito do duplo homicídio causado por envenenamento planejado pela advogada Amanda Partata de 31 foi finalizado pela Polícia Civil (PC).

O documento foi encaminhado à Justiça na última segunda-feira,15, e consta que a suspeita foi indiciada pelos crimes contra o ex-sogro e a mãe dele, além de dupla tentativa de homicídio contra o avô e o tio do ex-namorado, que também estavam presentes no lanche em 17 de dezembro de 2023, que resultou nas mortes de Leonardo Pereira de 58 anos e Luzia Tereza de 86 anos.

Em depoimento, o tio do ex-namorado da advogada afirmou que se recusou a comer o bolo no pote oferecido por Amanda porque perderia o apetite no horário do almoço. Já o avó, de 82 anos, contou que não comeu a sobremesa devido a diabetes.

Por meio de nota, o Ministério Público (MP) afirmou ter recebido os autos e deverá decidir ainda essa semana se irá ou não denunciar Partata, que foi presa em 20 de dezembro. Atualmente ela está detida na Casa Albergado e segundo a Diretoria- Geral de Administração Penitenciária (DGAP), ela não apresentou alterações no comportamento.

Pesquisou sobre veneno na internet

Segundo informações da Polícia Civil (PC), no dia do crime a advogada pesquisou na internet como o veneno utilizado para matar o ex-sogro e a mãe deve funcionava, o histórico de pesquisas continha: “qual exame de sangue detecta”, “tem como descobrir envenenamento”, se a substancia colocada no bolo tinha gosto, “análise de material biológico”, “intoxicação alimentar mata” e “hepatomegalia”.

Ainda de acordo com a PC, a investigação constatou que ela premeditou e estudou o crime, comprando 100 ml do veneno que é uma quantidade capaz de matar mais de uma pessoa. A Polícia Científica também afirmou que a substância é considerada ‘potente’ e avaliou que mesmo que usada em pequenas quantidades ela é letal. Outra informação sobre o veneno é que este não tem sabor e odor, impossibilitando a identificação.

Relembre o caso

O caso veio à tona quando Leonardo Pereira Alves e sua mãe, Luzia Tereza Alves, morreram envenenados, após um café da manhã com alimentos comprados pela advogada Amanda Partata. Na ocasião, ela comprou bolos de pote da confeitaria Perdomo Doces, que foi acusada como responsável pela intoxicação alimentar.

A família contou que três horas após a ingestão, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, vômitos e diarreia, sendo levados para o Hospital Santa Bárbara, onde foram internados. Entretanto, os dois não resistiram e morreram no mesmo dia.

A ex-nora também comeu doces, mas em menor quantidade e chegou a sentir os sintomas enquanto estava indo para Itumbiara, mas retornou para Goiânia devido ao incômodo. Em razão disso, a família desconfiou que o que teria causado as mortes fossem os doces.

Com a desconfiança, a Polícia Civil e o Procon fiscalizaram a confeitaria a fim de elucidar a suspeita que foi descartada pela própria polícia ainda na quarta-feira, 20, quando a advogada Amanda Partata foi presa por suspeita de envolvimento na morte por envenenamento de Leonardo Pereira, e Luzia Tereza, mãe e filho. Dessa forma, a Polícia descartou qualquer possibilidade do homicídio ter sido causado pelos doces da confeitaria acusada de intoxicação alimentar.

Amanda Partata é ex-nora de Leonardo Alves e, em seu perfil nas mídias sociais, ela se apresenta como advogada aposentada e psicóloga. Entretanto, o nome dela não é encontrado na lista de profissionais inscritos no Conselho Regional de Psicologia – Goiás. Por outro lado, seu cadastro está ativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

 

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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