O arquivamento da ação penal contra o padre Robson vem sendo questionada pelo Ministério Público de Goiás e rebatida pelo advogado do ex-reitor da Basílica de Trindade. O órgão se manifestou sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmando que não se trata do fim da apuração das acusações.
Os promotores entraram com um mandado de segurança questionando a decisão da 6ª turma da instância superior porque não foi admitido um recurso impetrado solicitando a retomada do processo de investigação contra o religioso. Por meio de nota, o órgão sustenta que “ainda que tenha havido trânsito em julgado no processo originário, ainda há esta ação para ser julgada”.
Apesar disso, o advogado do padre, Cleber Lopes, afirma que o assunto está encerrado. Ele argumenta que o único e último processo contra o cliente foi definitivamente arquivado. A defesa alega que o MPGO calculou mal o ataque ao ingressar com um mandado de segurança e não com um recurso extraordinário, embora considere que ambos sejam infundados.
“O que existe é uma outra investigação contra desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás que estariam recebendo propina e que não inclui diretamente o padre Robson. Aliás, ele nunca foi ouvido nesse inquérito a cargo do STJ. Queriam reverter a decisão, mas erraram na estratégia”, justificou Cleber.
Nesse processo envolvendo o religioso, áudios interceptados por investigadores da Polícia Federal flagraram conversa entre o padre Robson e advogados sobre o suposto pagamento de propina a desembargadores para receber uma decisão favorável em um processo envolvendo a compra de uma fazenda
Em maio de 2020, o TJ goiano já havia reconhecido a ausência de crime. O MPGO recorreu ao STJ e sustentou que um grupo liderado pelo religioso movimentou R$120 milhões em benefício próprio e aquisição de bens desviando o fim do dinheiro, doado por fiéis para a construção da nova Basílica Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade.