Afipe, comandada pelo Padre Robson, movimentou R$ 2 bilhões e comprou fazendas e casa de praia

A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) se tornou “uma grande empresa”, conforme informou o Ministério Público (MP), que realizou uma operação para apurar os gastos da entidade. A Afipe é responsável por administrar o Santuário Basílica de Trindade e o Padre Robson era quem comandava a associação, mas pediu afastamento após as investigações do MP. Os promotores investigam se o órgão religioso desviou R$ 120 milhões de doações para comprar imóveis, como casa de praia e fazendas.

As investigações indicam que algumas empresas com as quais a Afipe negociava tinham os mesmos sócios e funcionavam no mesmo endereço. Entre elas, estavam a WKS Empreendimentos Imbiliários, Via Maia Administradora de Bens, KD Administradora de Bens e Terra Nobre Administradora de Bens. Todas elas tinham em seus quadros de sócios Ademar Euclides Monteiro e Marcos Antônio Alberti e funcionavam em um prédio na Avenida Jamel Cecílio, em Goiânia.

Segundo o MP, em dez anos a Afipe movimentou R$ 2 bilhões, que não foram usadas somente em ações ligadas à igreja. “As contas bancárias da Afipe foram usadas para comprar fazendas, residências em condomínio fechado, apartamentos em São Paulo, em Goiânia, fazendas em todo Brasil, mineração. A Afipe, hoje, é uma grande empresa. Ela tem o argumento religioso, mas elas se converteu em uma grande empresa do estado de Goiás, que explora inúmeras atividades, agropecuária, mineração. Ela compra inúmeros imóveis e vende inúmeros imóveis”, afirmou o promotor Sebastião Marcos Martins.

Entre os bens que foram comprados pela Afipe estão uma fazenda no valor de R$ 6 milhões, em Abadiânia, e uma casa de praia na Bahia, no valor de R$ 2 milhões. Os advogados do padre Robson negam irregularidades no uso do dinheiro das doações, que chegava a R$ 20 milhões por mês e eram enviadas por fiéis de todo o Brasil. Segundo eles, os investimentos em outras áreas eram uma forma de tentar aumentar os lucros da igreja e, assim, poder expandir as obras sociais.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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