Amigo de Eduardo Bolsonaro, ex-PM debocha de abuso sexual de mulheres mortas

Amigo de Bolsonaro, Evandro Guedes debocha de pena por abuso sexual de mulheres mortas

Circula nas mídias sociais um vídeo em que o ex-policial militar e amigo de Eduardo Bolsonaro, Evandro Bittencourt Guedes, debocha e minimiza a pena por estupro de cadáveres de mulheres. Não se sabe ao certo quando o vídeo foi gravado, mas ele foi resgatado nesta segunda-feira, 4, causando indignação.  

Evandro Guedes, que é também fundador e foi presidente do AlfaCon, uma plataforma de cursinho preparatório para concursos voltados a carreiras policiais, descreve, durante uma aula preparatória, os detalhes de como cometer o crime de violação sexual de cadáveres de mulher.

“O difícil vai ser você arrumar uns travesseiros porque comer ela de bruços não dá. Tem que botar de quatro. Então, você bota um monte de travesseiros. Bota ela toda torta lá, irmão. Daquele jeito, ela fica meio durinha. Vai assim, e só por Deus, cara. Como vai endurecendo tudo, deve ficar bom demais. E come até a parte da manhã”, relata. 

Mesmo depois da narração detalhada de uma cena bizarra, ele afirma que a prática é crime, mas debocha da pena. “É crime? É. Você mexeu com a honra do cadáver. Mas a pena é desse ‘tamanhozinho’. Vale a pena responder”, afirma. 

Com a repercussão do vídeo, Evandro fez uma transmissão ao vivo em seu perfil no Instagram e negou que tenha defendido o crime, afirmando que deu “um exemplo de vilipêndio de cadáver”. 

Não é a primeira vez

Evandro Guedes já proferiu falas tão grotescas e nojentas quanto esta última. Em 2020, circulou outro vídeo do ex-PM fazendo declarações machistas, racistas e de defesa à violência contra civis. As declarações aconteceram também durante as aulas preparatórias da AlfaCon

Em uma das declarações, ele admite ter sido um policial violento. “Evandro, você era violento na Polícia Militar? Muito violento”, afirmou o empresário. Ele é amigo próximo da família Bolsonaro. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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