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Ao menos sete cidades goianas tiveram eventos cancelados pela Justiça, em 2022

Última atualização 15/09/2022 | 11:28

Ao menos sete municípios goianos tiveram eventos cancelados pela Justiça neste ano, por contratações indevidas de apresentações musicais. Outras duas cidades foram investigadas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Em todos os casos, os gestores municipais contrataram cantores sertanejos com cachês milionários, usando verba pública.

A determinação mais recente ocorreu em Itauçu. Lá a Justiça proibiu a Prefeitura de fazer o pagamento de R$ 1,8 milhão para cantores sertanejos que se apresentariam na 30ª Festa do Peão. A cidade, no centro goiano, tem menos de 9 mil habitantes. Portanto, para o MP, os gastos “excessivos” causariam um “prejuízo na saúde financeira” do município.

A decisão do juiz Natanael Reinaldo, a pedido do (MP), foi publicada ao final na tarde desta quarta-feira, 14, horas antes do evento começar. Mesmo assim, o prefeito da cidade, Clayton Pereira de Melo, que a prefeitura “buscou meios cabíveis” junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), portanto, a abertura do evento aconteceu normalmente, como previsto antes da decisão judicial.

“Estou passando para reafirmar o nosso compromisso que hoje às 20h estaremos fazendo a abertura da 30ª Festa do Peão. Tem uma decisão correndo aí, mas nós já buscamos nossos meios cabíveis junto ao Tribunal e não temos dúvidas de que a festa vai acontecer”, disse o prefeito nas redes sociais.

No palco da festa, prevista para terminar no próximo sábado, 17, devem passar os sertanejos Zezé Di Camargo com cachê de R$ 300 mil, Matheus & Kauan recebe R$ 250 mil, Naiara Azevedo R$ 175 mil, João Neto & Frederico R$ 150 mil.

Como dito anteriormente, Itauçu não foi o único município que este ano teve eventos cancelados. Cachoeira Alta, Cachoeira de Goiás, Formosa, Taquaral, Vianópolis e São Miguel do Araguaia também passaram pela mesma situação. Além disso, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo chegaram a ser investigadas pela realização de festas.

Aparecida de Goiânia

Para a realização do Aparecida é Show, a prefeitura gastou em maio cerca de R$ 2,2 milhões com atrações musicais. Entre os artistas que se apresentaram estão: Wesley Safadão (R$ 700 mil), Xand Avião recebeu cachê de R$ 300 mil, Zé Vaqueiro (250 mil), a dupla Zé Ricardo e Thiago (R$ 90 mil), cantora gospel Isadora Pompeo (R$ 75 mil), Cesar Menotti e Fabiano (R$ 245 mil), Léo Magalhães (R$ 180 mil), Saia Rodada (R$ 240 mil) e banda cristão Rosa de Saron (R$ 80 mil). Gusttavo Lima, que receberia R$ 750 mil), mas cancelou a apresentação.

Na época, ao ser questionada pelo Diário do Estado, por meio de nota, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia disse que “eventos como o Aparecida é Show movimentam a economia local e geram renda para milhares de famílias”.

Senador Canedo

Já em Senador Canedo, a história é um pouco diferente, mas também despertou a atenção do órgão, após reportagem do Diário do Estado. Na época, a gestão municipal contratou shows caros e pretendia cobrar ingressos com valores entre R$ 30 e R$ 50. Ao tomar conhecimento da situação, o DE acionou o MP e apresentou documentação que foi analisada pela promotora Tamara Cybelle, da 4ª Promotoria de Justiça. O Ministério Público deu 48 horas para que a Prefeitura de Senador Canedo prestasse as informações sobre o caso, para a adoção das medidas cabíveis.

Antes de vencer o prazo em questão, o prefeito da cidade Fernando Pellozo convocou entrevista coletiva e anunciou a abertura dos portões. Ainda assim, a documentação segue com a promotoria e o caso ainda pode ter novos desdobramentos.

CPI do sertanejo

Após o cantor Zé Neto, criticar a Anitta e a Lei Rouanet, no dia 12 de maio, o Ministério Público de seis estados investiga a realização de shows, em mais de 35 cidades. A apuração é para saber se houve desvio de verba pública por parte das prefeituras para a realização de eventos.

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