Aparecida: Justiça bloqueia bens de Vilmar Mariano

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) obteve o decreto de indisponibilidade de bens do ex-presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia,Vilmar Mariano Silva e do empresário Luiz Antônio de Siqueira no valor de R$ 135 mil.

Conforme ação movida pelas promotoras de Justiça Ana Paula Antunes Vieira Nery e Suelena Carneiro Caetano Fernandes Jayme, foi realizada contratação irregular entre as partes, mediante inexigibilidade de licitação e superfaturamento na contratação de curso destinado aos servidores do Legislativo municipal.

O curso teria sido contratado em dezembro de 2017 para atender 45 pessoas, ao custo de R$ 45 mil. O objetivo da capacitação era esclarecer o funcionamento e atribuições do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) como órgão de fiscalização externo, ainda que o próprio tribunal ofereça gratuitamente esse tipo de curso.

De acordo com a ação, sem qualquer análise sobre a razoabilidade de preços, tampouco sem qualquer informação que justificasse a inviabilidade de competição, no dia seguinte à apresentação da proposta, Vilmar ratificou o procedimento e declarou a inexigibilidade de licitação para contratação da empresa de Luiz Antônio.

Constatou-se ainda que apenas 15 pessoas estiveram presentes no curso, o qual contou com uma carga horária de apenas oito horas, e, que, supostamente, o contratado teria ficado à disposição dos servidores para tirar dúvidas no período de 30 dias. Contudo, não havia qualquer obrigação fixada à contratada para prestar tais serviços além do curso em questão.

No processo, as promotoras observaram também que o objeto da empresa contratada não contempla a prestação de serviços educacionais, cursos ou palestras, uma vez que se trata tão somente de empresa de serviços contábeis.
No mérito, é requerido que a ação seja julgada procedente para condenar os réus pela prática dos atos de improbidade administrativa descritos nos artigos 10 e 11 da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), com aplicação das sanções previstas, em especial a multa em seu patamar máximo e a obrigação de reparar o dano ao erário.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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