Após ser preso por atirar contra esposa, Naçoitan Leite diz: “Naquele momento, não era eu”

Após ser preso por atirar contra esposa, Naçoitan Leite diz: “Naquele momento, não era eu”

Retornando ao cargo após passar 85 dias na prisão, o prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (sem partido), busca deixar para trás um capítulo sombrio de sua história. O político está livre desde a última sexta-feira, 16, onde foi recebido com uma celebração marcada por hinos e louvores na porta da casa dele.

Em uma entrevista à TV Record Goiás, Naçoitan revelou que começou a fazer uso de medicamentos após uma cirurgia bariátrica. Apesar de ter evitado entrar em detalhes, repetiu o que já havia comunicado à Polícia Civil, admitindo ter consumido “muito álcool” antes do incidente e, perturbado, dirigiu-se à casa da ex-companheira, onde disparou 15 vezes contra o imóvel.

“Naquele momento, não era eu. Não me recordo e estava fora de mim, literalmente. Peço desculpas a todos que foram afetados e perderam seus empregos, assim como à minha família, minhas filhas, meu filho. Peço perdão a todos. Errei? Sim… Errei muito, mas assumo meu erro”, lamentou. “Não tenho justificativas. Não sou aquele monstro. Aquilo não condiz comigo.”

Naçoitan também mencionou ter enfrentado problemas de saúde durante a detenção devido ao estresse e à repercussão dos eventos. A pressão arterial dele chegou a níveis críticos, e ele esteve à beira de um acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto. “Após ajustar minha medicação, nunca mais precisei ser hospitalizado. Foi um período de grande pressão. Não tenho problemas psiquiátricos, mas naquela ocasião, enfrentei”, destacou.

Agora sob medida cautelar, Naçoitan terá que usar tornozeleira eletrônica, sendo a única restrição evitar a proximidade da ex-companheira. “Estou usando a tornozeleira, que me permite ir a qualquer lugar. Sou prefeito e posso me deslocar para Goiânia ou qualquer outro lugar. A única restrição é não me aproximar dela [ex-companheira]. Posso ir a Brasília, Goiânia, onde for”, explicou.”Essa página está virada. Viramos a página, nós que temos Deus no coração, acabou”, concluiu.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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